Vale vai fechar todas as barragens iguais à de Brumadinho

Da Redação
29/01/2019 às 20:26.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:18

Após reunião com os ministros de Minas e energia, Bento Albuquerque, e do Meio Ambiente, Ricardos Salles, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, anunciou na noite desta terça-feira (29) que a empresa vai acabar com todas as barragens como a que se rompeu em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e Mariana, na região Central, em 2015. Além disso, enquanto durar o processo, todas as atividades das minas serão paralisadas no Estado.

Segundo o executivo, essas barragens serão descomissionadas. “É a resposta cabal e à altura da enorme tragédia que tivemos em Brumadinho. Este plano foi produzido três a quatro dias após o acidente”, ressaltou o executivo. Nesta terça-feira, a Defesa Civil subiu para 84 o número de mortos na tragédia; outros 276 seguem desaparecidos.

Schvartsman afirmou que descomissionar significa preparar a barragem para que ela seja integrada à natureza. “A decisão da companhia é que não podemos mais conviver com esse tipo de barragem. Tomamos com a decisão de acabar com todas as barragens a montante”, disse o executivo em Brasília.

O modelo é considerado o mais barato para reter rejeitos de mineração, e também é o que oferece menos segurança.   

O presidente da Vale disse que o projeto para descomissionar as barragens está pronto e será levado para os órgãos federais e estaduais em 45 dias. Segundo ele, o prazo para executar as ações é de no mínimo um ano e no máximo 3 anos e serão necessários investimentos em torno de R$ 5 bilhões. 

Para ser feito o descomissionamento, a empresa vai precisar desativar temporariamente a produção das unidades onde as estruturas estão localizadas. São elas as minas de Abóboras, Vargem Grande, Capitão do Mato e Tamanduá, no complexo Vargem Grande; e as operações de Jangada, Fábrica, Segredo, João Pereira e Alto Bandeira, no complexo Paraopeba, incluindo também a paralisação das plantas de pelotização de Fábrica e Vargem Grande. As operações nas unidades paralisadas serão retomadas à medida que forem concluídos os descomissionamentos.

Schvartsman disse que “não teve qualquer tipo de pressão” por parte do governo federal para intervir na direção da Vale. De acordo com ele, a reunião desta terça com os ministros Costa e Lima e Salles foi “absulatamente técnica”.

“Esse plano foi hoje apresentado aos ministros de Minas e Energia e Meio Ambiente, assim como foi apresentado à data de ontem ao governador Romeu Zema”. 

Schvartsman disse ainda que, com o fechamento das barragens, a Vale deixará de produzir 40 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano. Em 2017, a companhia produziu 366,511 milhões de toneladas de minério de ferro.

A companhia também vai ter de reduzir a produção em 10 milhões de toneladas de pelotas feitas a partir de minério de ferro fino, usadas na fabricação de aço. Em 2017, a Vale produziu 50,300 milhões de toneladas desse produto.

De acordo com o executivo, a decisão será publicada por meio de comunicado para informar o mercado financeiro.
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