Vantagem financeira ilícita e nepotismo sustentam pedido de cassação de ex-presidente da Câmara

Tatiana Moraes
28/06/2019 às 15:28.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:18

Um pedido de cassação de mandato contra o vereador Henrique Braga (PSDB) foi protocolado na Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte (CMBH) na manhã desta sexta-feira. De acordo com a denunciante, a advogada Priscilla de Oliveira, o parlamentar obteve vantagem financeira ilícita para realizar, em 2017, o Grande Sermão da Montanha, evento organizado por uma associação presidida por ele na época. Ainda conforme a denúncia, o gabinete de Braga teria intermediado a contratação de um funcionário fantasma, por meio de nepotismo indireto.

Conforme a denúncia, a verba destinada pela Belotur à Associação Beneficente Cruzada Unida Regional do Barreiro de Cima, responsável pela organização do Sermão da Montanha e então presidida por Henrique Braga, aumentou 10 vezes entre 2014 e 2017, quando o tucano assumiu a presidência da Casa, saltando de R$ 30 mil para R$ 300 mil.

Ainda de acordo com a advogada, quando era vice-presidente da Câmara, Braga chegou a afirmar que não votaria projetos que envolvessem dinheiro. “Como na época em que o ora denunciado, ocupando o cargo de vice-presidente da Casa, declara a não votação de projetos da PBH que envolvam a vinculação financeira e, logo após a sua nomeação, enquanto presidente dessa Câmara, a instituição coordenada por ele recebe vultuosa quantia oriunda da PBH? Ora, um tanto contraditório que em um curto período de tempo, um evento que obedece o mesmo padrão organizacional como o Sermão da Montanha tenha alterado a folha de pagamentos em mais de 1.000%”, questiona Priscilla.

No mesmo documento, ela denuncia suposto nepotismo indireto na Casa. Conforme Priscilla, o filho do chefe de gabinete de Henrique Braga teria executado tarefas na Procuradoria da Casa e, posteriormente, no Núcleo de Cidadania. No entanto, o nome do funcionário não aparece nas buscas do Portal da Transparência.

“Embora haja expresso impedimento de contratação pela via particular, quer seja, indicação a cargo público, há indícios de que o ora denunciado promoveu a contratação do filho de seu chefe de gabinete”, diz o texto.

O outro lado

De acordo com Henrique Braga, as contas da Câmara Municipal foram aprovadas pelo Ministério Público. “Se alguém quiser rever, vamos rever. É só procurar o Ministério Público e conferir as prestações de contas”, afirma. Ainda de acordo com ele, o filho do chefe de gabinete teria sido contratado por Wellington Magalhães (PSC) e Léo Burguês (PSL).

A reportagem não conseguiu contato com Wellington Magalhães e Léo Burguês.

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