Vendas de imóveis novos na capital mineira caíram 20% em 2013

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
07/02/2014 às 07:49.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:52
 (Carlos Rhienck)

(Carlos Rhienck)

O mercado imobiliário perdeu fôlego em Belo Horizonte em 2013. No ano, o Volume Geral de Vendas (VGV) de imóveis novos foi de R$ 1,694 bilhão, uma queda de 20% em relação a 2012. Também houve recuo nos lançamentos na capital. Foram lançadas 6.404 unidades residenciais e comerciais, ante 10.648 no ano anterior. Já as vendas encolheram 51%, de 9.178 para 4.449, elevando o estoque. Hoje, 4.351 apartamentos na cidade estão à espera de um comprador.

Os dados fazem parte de um levantamento inédito feito pela Geoimóvel, empresa de soluções e pesquisas imobiliárias com abrangência nacional, em parceria com a Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi). O resultado, divulgado na última quinta-feira (6), é fruto de um mapeamento de cerca de 80% dos lançamentos imobiliários de Belo Horizonte, Nova Lima e Betim.

“Depois do boom do mercado imobiliário a partir de 2007, vemos uma acomodação. A queda de lançamentos é natural, uma realidade em quase todo o país. Em BH, assim como no Rio e em São Paulo, entre outras cidades, o mercado está saudável”, afirmou o sócio da Geoimóvel, o engenheiro Marcelo Molari.

Segundo ele, se mais nenhum imóvel fosse lançado em Belo Horizonte, o mercado levaria 16 meses para vender todos apartamentos, flats e escritórios comerciais novinhos em folha atualmente à venda. Ou seja, até abril de 2015. “É um prazo razoável. Em Salvador ou Curitiba, por exemplo, seriam necessários dois ou três anos. Já em Nova Lima, esse tempo seria de um ano. E Em Betim ou Contagem, não excederia cinco meses”, comparou Molari, lembrando que desde 2010 há mais lançamentos do que vendas por ano, o que faz aumentar gradativamente o estoque de imóveis.

Segmentando por dormitórios, a pesquisa mostra que as unidades com três quartos foram as que mais permaneceram em estoque em 2013, em Belo Horizonte. Dos 4.351 imóveis novos que ainda aguardam por um novo dono, 54% são de três quartos.

Já o segmento de quatro quartos, que normalmente tem velocidade de venda mais lenta, por ser mais caro, tem 718 unidades em estoque na capital, ou seja, 17% do disponível. “É uma boa hora para quem mora em um apartamento de três quartos e quer mudar para um maior. O ambiente para negociar está favorável”, disse a arquiteta da Geoimóvel, Cláudia Bocchile.

Muito comuns em São Paulo, os imóveis de apenas um quarto só agora começaram a ganhar espaço em Belo Horizonte. Em 2013, esse tipo de imóvel subiu de 1% para 4% do total de lançamentos.

Preço médio do metro quadrado recua 1%

O preço médio do metro quadrado dos lançamentos caiu em Belo Horizonte. Em 2013, o valor apresentou ligeira queda na comparação com o ano passado – de R$ 7.238 para R$ 7.159, uma diferença de 1%. “Vivemos um período de sustentabilidade em termos de preços, encontrando equilíbrio entre oferta e demanda. A tendência é de que os valores acompanhem a inflação, talvez um pouco acima só”, disse o presidente da CMI/Secovi-MG, Evandro Negrão de Lima Jr.

Ainda de acordo com o levantamento, os valores mais comuns do metro quadrado na capital giram em torno de R$ 6 mil. Alguns imóveis com altíssimo padrão chegam a custar mais de R$ 11 mil, o metro quadrado. Em 2013, a maior parte dos imóveis vendidos (464) custou entre R$ 301 mil e meio milhão de reais. Na faixa entre R$ 501 mil e R$ 1 milhão, 393 unidades foram comercializadas.

Para o presidente da CMI/Secovi, apesar da queda no número de lançamentos e do aumento dos estoques, não há motivo para pessimismo. “Os pilares do mercado são renda, crédito e juros. O desemprego no país está baixíssimo, nunca se emprestou tanto dinheiro e as taxas de financiamento imobiliário são atrativas, entre 5% e 11%. Sem contar que ainda temos muito espaço para crescer. No Brasil, o mercado imobiliário é apenas uma criança”, brincou.
 

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