Vereador suspeito de 'rachadinha' na Câmara de BH é solto de penitenciária em Contagem

Da Redação
12/04/2019 às 15:58.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:13
 (KAROLINE BARRETO/CMBH)

(KAROLINE BARRETO/CMBH)

O vereador de Belo Horizonte Cláudio Duarte (PSL) deixou a penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de BH, no início da tarde desta sexta-feira (12). A informação foi confirmada pela Secretaria de Administração Prisional. 

O vereador foi preso no dia 2 de abril acusado de liderar um esquema de "rachadinha" em seu gabinete, prática na qual o político obriga seus funcionários a devolverem parte dos salários recebidos. Segundo a Polícia Civil, Duarte teria embolsado ao menos R$ 1 milhão com o esquema, desde que assumiu o mandato na Câmara Municipal, em 2017. O crime, porém, começou a ser premeditado ainda em 2016, logo após o vereador do PSL ser eleito.

Ao todo, 35 funcionários passaram pelo gabinete desde 2017. O operador identificado do esquema, contudo, era o chefe de gabinete, Luiz Carlos Cordeiro, que foi preso junto com o vereador e também liberado nesta sexta-feira.

Ainda de acordo com as investigações, todo o dinheiro levantado com o esquema era sacado na boca do caixa por cada funcionário individualmente e repassado em espécie ao chefe de gabinete, que repassava o valor para o vereador.

Segundo o delegado Domiciniano Monteiro, chefe da Divisão de Fraudes e Crimes Contra a Administração Pública, foram verificados casos de salário de R$ 11 mil, com o funcionário recebendo R$ 1 mil e entregando R$ 10 mil ao vereador. 

Durante os cinco mandados de busca e apreensão cumpridos na terça-feira (2), a Polícia Civil chegou a encontrar parte do dinheiro das "rachadinhas" na casa do parlamentar, no bairro Céu Azul, na região da Pampulha. A quantia apreendida, porém, não foi revelada.

Na ocasião, o  advogado do vereador e do chefe de gabinete, Ênio de Jesus, disse que as acusações da Polícia Civil não "correspondem à realidade" e que Cláudio Duarte e Luiz Carlos Cordeiro já apresentaram documentações patrimoniais e de movimentações financeiras à polícia. O advogado também pediu o relaxamento da prisão temporária dos dois acusados.

"Essa situação está clara que vem de desafetos do vereador, nada pode ser tomado como fato. Os meus dois clientes já apresentaram toda a documentação solicitada e estão dispostos a esclarecer tudo o que for necessário", disse o advogado.

Nesta sexta (12), a reportagem do Hoje em Dia entrou em contato com o advogado do vereador e aguarda retorno.

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