Viradouro é a grande campeã do Carnaval do Rio de Janeiro

Da Redação (*)
26/02/2020 às 16:03.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:46
 (Fernando Grilli | Riotur)

(Fernando Grilli | Riotur)

Após 23 anos, a escola de samba Viradouro, de Niterói, foi escolhida como a campeã da Carnaval carioca de 2020. O resultado foi divulgado pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), nesta quarta-feira (16), na Praça da Apoteose.Fernando Grilli | Riotur 

Desfile homenageou mulheres negras de Salvador como as primeiras feministas do Brasil


O desfile da escola aconteceu no domingo (23) e foi em homenagem às mulheres negras de Salvador. Com o enredo "Viradouro de alma lavada", de Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon, o desfile foi dedicado às Ganhadeiras de Itaupã, mulheres que lavavam roupa na Lagoa do Abaeta e faziam outros trabalhos. 

A escola conquistou o segundo título neste ano, sendo campeã em 1997 no Grupo Especial e vice-campeã em 2019. 

O segundo lugar ficou com a Acadêmicos do Grande Rio, com o enredo Tata Londirá – O canto do caboclo no Quilombo de Caxias, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. O tema do desfile foi a história de João Alves Torres Filho, ícone do candomblé no Brasil.

Confira o desfile completo:

Avaliação

Os quesitos avaliados foram fantasias, samba-enredo, comissão de frente, enredo, alegorias e adereços, bateria, mestre-sala e porta-bandeira, evolução, e, harmonia, este último ficou como critério de desempate. A pontuação considerou três das cinco notas, sendo descartadas a maior e a menor nota.

Alguns foram divididos em duas partes, como concepção e realização, com pontuações de 9,0 a 10. Merchandising em fantasias e alegorias, panes no carro de som e no sistema de sonorização da Sapucaí não foram considerados na avaliação. 

Quanto a bateria, os critérios foram  regularidade e a sustentação da cadência em consonância com o samba-enredo, a conjugação dos sons emitidos pelos vários instrumentos e a criatividade e a versatilidade da bateria. No samba-enredo, a letra e a melodia. No caso da letra, valem a adequação ao enredo, a riqueza poética, a beleza e o bom gosto, além do entrosamento dos versos aos desenhos melódicos. Quanto à melodia, valem as características rítmicas do samba, a riqueza melódica e a capacidade de facilitar o canto e a dança dos componentes da escola.

O critério harmonia avalia o canto de todos os componentes da escola, acompanhando o intérprete do samba-enredo sem sair do tom. No quesito evolução, os jurados observam a fluência do desfile, que deve ser feito sem correria e marcha-ré de alas ou alegorias, a espontaneidade, a criatividade e a vibração dos componentes e a manutenção de espaço uniforme entre alas e alegorias, sem buracos ou embolação entre alas.

No caso do enredo. consideram-se a concepção e a realização. No caso da concepção, o jurado avalia o desenvolvimento da ideia proposta, além da clareza e coerência do desfile, permitindo o entendimento do tema. Na realização, são julgadas a adaptação do tema em fantasias, alegorias e outros elementos visuais e a sequência das ideias proposta pelo desfile para contar o enredo.

Em alegorias e adereços, o júri leva em conta a criatividade ao representar partes do enredo, a impressão causada pela combinação de materiais e cores, o acabamento na confecção e decoração, a integração destaques e figuras de composição às alegorias. As fantasias, assim como as alegorias, são julgadas em sua função de representar o enredo de forma criativa, pela utilização e combinação de materiais e cores e pelo cuidado e acabamento. Além disso, é considerada a uniformidade das fantasias em uma ala.

A comissão de frente é avaliada pelo impacto no público e pela adequação de suas fantasias à proposta, bem como pela saudação ao público e apresentação às cabines de jurados, coordenação e sincronização da exibição. Para o mestre-sala e a porta-bandeira, consideram-se o bailado dentro dos passos característicos de cada um, de forma integrada, respeitando a obrigatoriedade de apresentar o pavilhão da escola a cada cabine de jurados, a postura do mestre-sala, que deve ser de reverência ante a porta-bandeira, e ela, por sua vez, não pode deixar que a bandeira se enrole.  

Desempate

Neste ano, o desempate entre as escolas do Grupo Especial foi definido pelo quesito harmonia. Foram avaliados se os componentes da escola estavam cantando o samba durante o desfile, acompanhando o intérprete.

Caso ocorresse empate, o desempate se daria na seguinte ordem: evolução, mestre-sala e porta-bandeira, bateria, alegorias e adereços, enredo, comissão de frente, samba-enredo e fantasias. Cada um dos nove quesitos receberá notas de cinco jurados, que estavam posicionados em pontos diferentes da Marquês de Sapucaí, local do desfile.

As seis que somarem mais pontos voltam ao Sambódromo no próximo sábado (29), para o tradicional desfile das campeãs.

Rebaixamentos

Foram rebaixadas as escolas Estácio de Sá, com o enredo Pedra e União da Ilha do Governador, com o enredo Nas encruzilhadas da vida, entre becos, ruas e vielas; a sorte está lançada: salve-se quem puder!

Com os dois rebaixamentos este ano, o Grupo Especial volta a ter 12 escolas. A primeira divisão do samba passou a ter 13 escolas depois que os rebaixamentos de 2017 foram suspensos. Paraíso do Tuiuti cairia para a Série A, mas a Liesa decidiu, antes da apuração, que nenhuma escola seria rebaixada devido aos acidentes que ocorreram durante os desfiles da própria Tuiuti e da Unidos da Tijuca.

Ficou decidido em 2017, porém, que duas escolas seriam rebaixadas do Grupo Especial em 2018, o que também não ocorreu. Império Serrano e Grande Rio, que ficaram nas últimas posições, permaneceram no Grupo Especial para 2019.

Com isso, houve 14 escolas nos dias principais de desfiles no Sambódromo do Rio, número que caiu para 13 com o rebaixamento de Imperatriz Leopoldinense e Império Serrano no ano passado.

*Com Agência Brasil

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