"Você não sabe um cara que mata o Nelson para mim?", diz delator sobre proposta de fazendeiro

Ezequiel Fagundes - Hoje em Dia
28/10/2015 às 14:04.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:15
Hugo Pimenta foi detido em Campo Grande com um passaporte falso
 (Hoje em Dia)

Hugo Pimenta foi detido em Campo Grande com um passaporte falso (Hoje em Dia)

Interrogado na condição de delator da Chacina de Unaí, o empresário cerealista Hugo Alves Pimenta afirmou na tarde desta quarta-feira (24) que o fazendeiro Norberto Mânica o procurou para contratar um assassino de aluguel para matar o fiscal Nelson José da Silva. "Não aguento mais aquele Nelson. Você sabe um cara que mata o Nelson para mim?", afirmou Hugo Pimenta, relatando uma suposta conversa com fazendeiro.

"Ele (Norberto) sempre reclamava desse fiscal. Ele sempre reclamava desse senhor Nelson, que era perseguido pela fiscalização indevida. Ele não assimilou a fiscalização", prosseguiu o delator.

O réu José Alberto de Castro, apontado como intermediário do crime, presenciou a conversa. Segundo Hugo, foi José Alberto quem topou contratar os pistoleiros. " Eu sei quem faz, eu sei quem faz", declarou o delator, em referência a uma fala de José Alberto.

Ainda conforme Hugo, José Alberto ligou para Francisco Pinheiro a fim que ele contratasse os matadores de Nelson. Pinheiro foi condenado e morreu na cadeia. Como a intenção era matar Nelson, o custo inicial foi de R$ 25 mil.

Em troca da redução da pena, Hugo fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal em 2007.

Delator não ficará em plenário com fazendeiro

O juiz federal Murilo Fernandes de Almeida, responsável pelo julgamento da Chacina de Unaí, determinou a retirada dos réus do plenário enquanto ocorrer o depoimento do delator Hugo Alves Pimenta, o mais esperado do dia. Com a decisão, o fazendeiro Norberto Mânica e o cerealista José Alberto de Castro não ficarão frente a frente no plenário do tribunal do júri com o delator do processo.

A decisão foi tomada pelo magistrado a pedido do criminalista Lúcio Adolfo,  defensor de Hugo Pimenta. Com base na legislação, Adolfo alegou que o cliente dele poderia ser pressionado e constrangido.

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