(Volkswagen)
SÃO PAULO – Em ano de Salão do Automóvel é normal que fabricantes guardem as principais novidades para a mostra automotiva. Neste ano, a feira será aberta no final de outubro, que para a Volkswagen é tempo demais para esperar. A fabricante alemã lançou a picape Saveiro cabine dupla nesta semana, que tem a missão de roubar consumidores da Fiat Strada, líder do segmento e um dos modelos mais vendidos do país.
A pressa da VW em colocar a nova versão de sua picape leve não é mera rivalidade com a fabricante de Betim, mas a esperança de estancar a queda de participação no mercado, que ano a pós ano vem se reduzindo. A VW já foi superada pela General Motors (Chevrolet). Entre as tradicionais “quatro grandes”, é a marca que tem tido o pior desempenho.
A situação da VW não chega a ser desesperadora, mas é preocupante. Em 2012, a marca fechou o ano com 21,14% de participação. Em 2013, caiu para 18,64%. De janeiro a julho deste ano, a VW teve 17,58% do mercado, quando no mesmo período de 2013 o percentual era de 18,94.
Para tentar reverter o quadro de queda, a Volkswagen recentemente renovou seu time de executivos, trazendo inclusive o ex-dirigente da Citroën para a América Latina, o francês Ivan Segal, que assumiu o cargo de diretor de vendas ao lado do alemão Ralf Berckhan, que assume a vice-presidência da filial.
Durante a apresentação da picape, o presidente da VW brasileira, Thomas Schmall, apontou que a indústria automotiva foi a que mais sofreu com a desaceleração da economia. No entanto, ele ameniza a avaliação ao considerar que é um movimento normal depois de um longo período de crescimento. “Entre 2002 e 2012, o setor praticamente triplicou sua produção, é normal que haja um esfriamento”, observou. O executivo aproveitou para anunciar investimentos de R$ 10 bilhões até 2018, em que dois terços serão destinados ao desenvolvimento de novos produtos e o restante na ampliação da capacidade produtiva.
Um dos fatores que atingiram a Volks foi o fim da produção do Gol G4, devido à obrigatoriedade da instalação de freios ABS e airbag duplo, que tornaria a operação cara demais para concorrer no setor de entrada. A mesma razão também sepultou a Kombi. Outro fator foi a queda de vendas atribuída à perda de confiança do consumidor em se endividar em um cenário futuro instável.
E onde a Saveiro entra nessa história? Bom, se hoje a Fiat é líder de vendas, muito se deve ao segmento de utilitários e comerciais leves. A Strada tem mostrado um desempenho excepcional, com quase 90 mil unidades emplacadas desde o início deste ano.
Viajou a convite da Volkswagen