Zema condiciona retomada ao Regime de Recuperação Fiscal; Cemig deve ser privatizada em 2020

Da Redação
17/06/2019 às 10:03.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:08
 (Reprodução/ Hoje em Dia)

(Reprodução/ Hoje em Dia)

Em entrevista ao Hoje em Dia, nesta segunda-feira (17), o governador de Minas, Romeu Zema, falou sobre a situação econômica do Estado e disse que é necessária a aprovação da Reforma da Previdência para "terminar de arrumar a casa". Veja, abaixo, a entrevista completa:

"Imagina uma casa onde o pai de família está desempregado e a casa está uma verdadeira anarquia, imunda e suja. Nós chegamos e fizemos uma faxina, organizarmos a casa, mas ainda não tem renda. As grandes reformas que o Estado precisa passam pela Reforma da Previdência e pela adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal", disse.   

Ele também defende que o texto final da Reforma da Previdência considere a inclusão dos Estados e municípios. "Há uma semana estive em Brasília para tratar disso, e o relator da reforma entende que os Estados e municípios estejam incluídos sim. Mas devido a alguns governadores, principalmente do Nordeste, não estarem apoiando publicamente a reforma, acabou que os deputados federais se sentiram não tão obrigados a isso. Mas ainda temos um longo caminho pela frente, não adianta fazermos uma reforma meia-boca, considerando só a União, sem os Estados e municípios", comentou.    

Além disso, para o governador, é necessário que Minas faça o que for necessário para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, incluindo privatizar as estatais, como a Cemig e a Copasa. 

"A Cemig foi saqueada no último governo e o Estado não tem recursos pra colocar lá dentro. Se nós vendermos a Cemig para qualquer instituição que tenha uns R$ 20 bilhões ou R$ 30 bilhões para fazer os investimentos necessários que ela precisa, vai ser muito melhor", aponta. 

A privatização da Cemig, no entanto, deve ficar para o ano que vem, mas segundo o governador, a privatização de suas subsidiárias, como a Light, deve acontecer antes.

O governador também falou sobre o relacionamento do Estado com o governo Bolsonaro, e disse que tem sido "o melhor possível". "O plano econômico do governo federal é o nosso plano econômico também, e coincide totalmente com o que nós queremos fazer na economia, que é simplificar a vida de quem gera empregos", conclui. 

Sem previsão de reajuste 

Sobre os salários dos servidores estaduais, que continuam sendo parcelados e sem previsão de reajuste, Zema explica que não se trata de um congelamento de salários, mas sim, de um limite de correção à inflação. 

"O funcionalismo está maduro e sabe que se não perder um pouco agora, ele pode perder mais lá na frente. O que nós estamos pedindo é um sacrifício temporário.  Nós não podemos gastar 80% da receita corrente líquida com isso, sendo que o limite é 60% e, passando disso, a lei determina que haja corte. Estou ciente de que algumas medidas tomadas não vão agradar uma parcela do funcionalismo. Mas o que nós estamos pedindo é um sacrifício temporário", disse. 

Dengue

Ao tratar sobre a dengue em Minas, Zema credita a epidemia, que já matou 74 pessoas no Estado somente este ano, à gestão passada. "É uma epidemia de dengue que afeta todo o Brasil e em Minas, o que deveria ter sido feito no ano passado e não foi feito, foi ter medidas de conscientização para alertar a população sobre água parada, visita às residências, o tradicional fumacê nas regiões mais afetadas. Devido a uma falta de recursos e má gestão, nada efetivo foi feito, e portanto, nós tivemos essa epidemia de dengue que tem sobrecarregado o sistema de saúde no Estado", conclui. 

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