Zema negocia parceria de R$ 5 bi com BNDES pelo nióbio para segurar contas do Estado

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
10/06/2020 às 16:59.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:44
 (instagram/reprodução)

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A ajuda federal foi bem-vinda, mas não basta. Diante de um cenário de perda de arrecadação que torna a situação financeira do Estado ainda mais difícil, Minas trabalha com a expectativa de um aporte financeiro do BNDES estimado em R$ 5 bilhões para ajudar a enfrentar os próximos meses e manter os salários do funcionalismo e as despesas correntes. Em live feita com o editor de Primeiro Plano do Hoje em Dia, Evaldo Magalhães, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo) detalhou as tratativas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social  para assumir parte da operação de extração do nióbio, em Araxá. Ele falou ainda sobre os desafios provocados pela pandemia; as reformas e o relacionamento com a Assembleia e com o governo federal.

Confira os principais trechos:

Pandemia

"A situação está relativamente sob controle, apesar de a curva estar ficando mais acentuada, como já era esperado. Nossa previsão agora é de que o pico chegue no dia 15 de julho. Ainda estamos subindo a montanha, mas Minas está se saindo bem. Fomos muito ágeis ao tomar as medidas de isolamento, antes mesmo de estados com maior número de infectados. O mineiro aderiu de forma consciente, e ajuda o fato de que 80% da população está no inferior. Além disso, o setor de saúde hoje está muito mais bem preparado do que em março. Não estamos fazendo tantos testes por limitações orçamentárias, mas não faltam testes para pessoas sintomáticas. Preferimos investir nas UTIs, que salvam vidas efetivamente. Há testes e leitos de UTI prontos para um cenário de eventual piora, que esperamos que não aconteça".

Educação a distância

"Lógico que o cenário da educação a distância não é o ideal, mas procuramos amparar os alunos, mesmo os que não têm acesso à internet ou à TV, com as apostilas disponíveis nas escolas. A ideia é retomar as aulas no segundo semestre, e deveremos ter aulas de reforço, de complemento, para não prejudicar o andamento do ano escolar".

Funcionalismo e crise financeira

"O repasse do apoio federal de R$ 748 milhões foi o que viabilizou o pagamento da folha no próximo dia 15. O Congresso foi muito feliz ao votar e aprovar essa ajuda, embora ela represente apenas 40% da perda de arrecadação para o período. O mês que vem preocupa muito, a atividade econômica está sendo retomada, mas é preciso entender como ela se recuperará. Eu espero que o Estado tenha condições de fazer esses pagamentos, nós não temos o que esconder. O que nós temos de recursos são os valores repassados para a rubrica da saúde que têm de ser usados para o setor. Mas eu acredito que conseguiremos cumprir nossos compromissos. Estamos negociando com o BNDES para que ele se torne nosso parceiro na exploração do nióbio, ajudando a enfrentar os próximos meses ".

Governo federal

"Se eu quisesse efetivamente opinar sobre a questão federal, teria me candidatado a deputado ou senador. Mas cada macaco no seu galho. Eu me concentro nas questões de Minas, em resolver os problemas do estado, que não são poucos".

Reformas e relacionamento com a Assembleia

"Todo governo, inclusive o federal, enfrenta em alguns momentos dificuldades com o Legislativo, isso é normal do processo democrático. Gostaria muito que o Estado tivesse já feito várias reformas. A Assembleia enxergou que, com a crise da pandemia, e a situação financeira cada vez mais grave, as reformas são inevitáveis. Não se trata de nada novo, boa parte dos estados já fez isso.  A Reforma da Previdência e o estatuto do servidor público serão votados ainda este semestre. Não trarão um alívio imediato para as contas, mas um horizonte mais favorável para os próximos anos".

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