Zema terá que dialogar com velhos caciques

Lucas Simões
01/02/2019 às 23:43.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:22
 (Guilherme Bergamini/almg)

(Guilherme Bergamini/almg)

Contrário à “velha política”, o governador Romeu Zema (Novo) será obrigado a dialogar com uma Assembleia Legislativa repleta de medalhões que há anos exercem forte influência na política mineira. Nesta legislatura, a renovação é de apenas 40,5%, abaixo da média histórica de 47%, segundo a Assembleia. Em posições de destaque, inclusive na Mesa Diretora, estão antigos caciques mineiros.

Dos eleitos em 2018, 31 deputados são novatos, ou seja, não ocuparam cargo de deputado por Minas anteriormente. Mesmo assim, o número de reeleitos é superior. Exatos 46 parlamentares darão continuidade ao próprio trabalho na Assembleia.

Eleito agora para a presidência da Casa, com o aval de 75 dos 77 colegas — faltaram Virgílio Guimarães (PT), que não votou, e Hely Tarqüínio (PV), que por conduzir a sessão de abertura da posse ficou impedido de votar —, Agostinho Patrus Filho (PV) foi vice-presidente na legislatura passada. 

O pai dele, Agostinho Patrus, presidiu a Assembleia entre 1995 e 1997. Também ocupou o cargo de vice-presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). 

Agostinho Patrus Filho defende uma renovação de valores e tem boa relação com Zema – apoiou abertamente a campanha do candidato do Novo no segundo turno das eleições. 

Ele se disse honrado em assumir uma cadeira que já pertenceu ao pai e afirmou acreditar na “renovação do espírito” da Casa. 

“É uma honra muito grande para mim assumir esse cargo que meu pai já ocupou, espero fazer um mandato à altura. E acredito que a renovação da Casa é também de valores, não só do número de deputados eleitos e que nunca exerceram um cargo político”, disse Agostinho. 
Outras posições da Mesa Diretora da Assembleia também serão ocupadas por políticos com currículo extenso. 
O primeiro vice-presidente será Antonio Carlos Arantes (PSDB), ex-prefeito de Jacuí por três mandatos e ex-assessor do ex-governador Aécio Neves entre 2005 e 2006. 

Ex-prefeito de Montes Claros e de Coração de Jesus, no Norte de Minas, Arlen Santiago (PTB) é outro velho conhecido da política mineira. O deputado chegou a sustentar a candidatura própria à Presidência da Casa, mas desistiu de concorrer em troca do cargo de 3º secretário da Mesa Diretora. 

Cristiano Silveira (PT), que será o segundo vice-presidente da Casa, foi vereador em São João del-Rei e está na política há pelo menos 18 anos. Tadeu Martins Leite (MDB), eleito para primeiro secretário, cumprirá agora o terceiro mandato como deputado, assim como Carlos Henrique (PRB), que será o segundo secretário da Assembleia. O republicano foi também vereador em BH por três vezes.

Romeu Zema deverá ter o apoio de cerca de 70% da Assembleia no início do mandato. Aliados do governador estimam que, até o momento, estejam do lado de Zema 58 parlamentares.

A partir da semana que vem, os deputados devem se dividir em quatro blocos principais, sendo que apenas o PT, com dez deputados, e o PSOL, que elegeu a deputada Andreia de Jesus para o primeiro mandato, anunciaram que serão oposição.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por