Propina de frigoríficos abastecia PMDB e PP

Da Redação
primeiroplano@hojeemdia.com.br
18/03/2017 às 08:06.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:47

Propinas pagas a fiscais do Ministério da Agricultura para afrouxar a fiscalização em frigoríficos abasteceram o PMDB e o PP, segundo a Polícia Federal. A corporação deflagrou nesta sexta-feira (17) a Operação “Carne Fraca” e desmantelou um esquema formado por agentes sanitários e grandes redes de venda de carnes. As investigações apontam que alimentos impróprios para o consumo eram adulterados e até “maquiados” com ácidos e substâncias cancerígenas antes de seguirem para o mercado interno e o exterior.

PMDB e PP informaram desconhecer teor da investigação que desencadeou a operação

“Uma parte do dinheiro da propina era, sim, revertida para partido político. Caracteristicamente, já foram falados ao longo da investigação dois partidos que ficavam claros: o PP e o PMDB”, afirmou o delegado federal Maurício Moscardi Grillo, responsável pelas apurações. 

Entre os investigados figuram executivos de grupos importantes como o JBS – dono das marcas Friboi, Big Frango e Seara Alimentos – e BRF – da Sadia e Perdigão –, de acordo com os processos revelados pela Justiça Federal de Curitiba, base da operação. Foi determinado o bloqueio de R$ 1 bilhão das empresas investigadas.

O esquema seria liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. Segundo a PF, a operação detectou em quase dois anos de investigação que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás “atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público”.

“Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva”, diz a PF.

Defesa

Em nota, a JBS informou que “não há nenhuma medida judicial” contra os executivos dela. A empresa alegou ainda que a sede “não foi alvo dessa operação”.
A operação de ontem foi realizada em empresas de várias regiões do país e em três unidades produtivas da JBS, sendo duas no Paraná e uma em Goiás. 

Com agências
 

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