Membro da Executiva Nacional do PSB, o vice-governador de São Paulo, Márcio França, disse nesta quinta-feira (29) que já espera o desembarque do PSDB da candidatura do pessebista Júlio Delgado à presidência da Câmara. “Surpresas acontecem e não são inesperadas. Júlio precisa ter força e fibra para enfrentá-las. Júlio sabia que o enfrentamento seria difícil e que não seria tratado como favorito”, afirmou. França contraria a posição dos caciques tucanos, como o senador Aécio Neves (MG) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

As eleições para o comando da Câmara serão realizadas neste domingo (1º). Os tucanos de Minas e São Paulo se reúnem hoje, a pedido de Aécio Neves, para definir o posicionamento do partido em relação à candidatura de Delgado. Isso porque na terça-feira (27), Aécio, FHC, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador José Serra manifestaram “inquietação” com o movimento pró-Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Depois de declarar apoio à candidatura de Delgado no fim do ano passado, a bancada tucana reabriu o debate e parte dos deputados da sigla passou a pregar o voto em Cunha para derrubar a candidatura petista de Arlindo Chinaglia (SP), que conta com o apoio do Planalto. O outro nome que concorre ao posto é o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

No início dessa semana, os caciques tucanos cobraram engajamento das lideranças do partido em apoio a Delgado. Na terça-feira, José Serra teria dito ser um “absurdo o partido priorizar a derrota do PT ao que é melhor para o país”.

Na terça-feira, José Serra teria dito ser um “absurdo o partido priorizar a derrota do PT ao que é melhor para o país”. Alckmin também foi acionado pelo senador mineiro e disse que ligaria aos 14 deputados da bancada paulista para demovê-los da ideia da debandada.

“Há uma orientação nesse sentido (de apoiar Delgado), mas o voto é secreto. Não há como garantir (o apoio de toda a bancada)”, disse na segunda-feira (26) o deputado Duarte Nogueira.

A candidatura de Cunha já conta com apoio do PMDB, de legendas nanicas e bancadas do PP, PR e PRB.

O PSDB terá 54 deputados na legislatura que começa neste domingo - será a terceira maior bancada, atrás de PT e PMDB - e quer manter ou ampliar seu espaço na Mesa Diretora e nas comissões da Casa.