PT quer 'Fora Temer’, mas não sabe como Dilma voltaria

Publicado em 21/06/2016 às 06:00.Atualizado em 16/11/2021 às 03:59.

A cada dia uma agonia e muitas incertezas sobre o desdobramento da crise que afastou a presidente Dilma Rousseff (PT) e colocou em seu lugar um presidente e um governo, que, em vez de se limitar à condição de substituto, mudaram radicalmente o projeto e até a formatação ministerial. 

Não dá para saber – embora os sinais sejam fortes – se esse será o programa que seguirá caso seja efetivado após o processo de impeachment. Hoje, o interino Michel Temer (PMDB) trabalha somente para garantir os votos de 55 senadores, que derrubariam, definitivamente, a possibilidade de retorno de Dilma, e para ter o apoio do mercado financeiro.

Do outro lado, o PT e aliados e os movimentos sociais articulam ampla campanha de desgaste (“Fora Temer”) que alcançaria seu ápice na abertura das Olimpíadas, em agosto. Além dessa convergência a uni-los, falta a esse grupo maior clareza sobre o dia seguinte, ou seja, em quais condições e como Dilma voltaria. 

As propostas são diversas e divergentes, desde a convocação de um plebiscito sobre novas eleições (presidenciais ou gerais); convocação de Constituinte e reforma política. O próprio PT não está seguro disso. O ex-presidente Lula defende, por exemplo, que a saída seria o retorno de Dilma, com divulgação de carta à Nação, reassumindo compromissos com o programa que a reelegeu e uma autocrítica, reconhecendo os erros cometidos. 

Livro denuncia ‘golpe de 2016’

Será lançado, nesta quarta-feira, às 18 horas, no auditório da Faculdade de Direito da UFMG, o livro “A Resistência ao Golpe de 2016”, reunindo 103 artigos, de 104 autores, em 450 páginas. 

São professores, advogados, intelectuais, artistas, lideranças políticas, sociais e sindicais denunciando a quebra da institucionalidade democrática no país. A obra já foi lançada em outras capitais, como Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre. O lançamento será seguido de ato político em defesa do “Fora Temer”.

Teste político para Pimentel

O governo mineiro põe em teste hoje sua base de sustentação política ao decidir pela votação dos 18 projetos de reforma administrativa (a segunda na atual gestão). A medida foi tomada após a sinalização de que o governador Fernando Pimentel (PT) não terá que deixar o cargo para responder a processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), depois que foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro.

Ainda assim, precisará de muita habilidade política. Seu principal aliado, o PMDB, continua a apresentar arestas. Na manhã de ontem, durante executiva estadual do partido, deputados reclamaram do descaso, segundo eles, do governo para com eles, especialmente sobre as mudanças feitas a partir da reforma administrativa da qual não foram consultados. 

Fim da interinidade relâmpago

Termina hoje a interinidade relâmpago do procurador Rúsvel Beltrame na Prefeitura de Belo Horizonte. O prefeito Marcio Lacerda (PSB) volta ao cargo após viagem não oficial (a Londres) de cinco dias.

Conforme adiantamos aqui há 15 dias, o vice-prefeito Délio Malheiros (PSD) e o presidente da Câmara, Wellington Magalhães (PTN), também viajaram para não ficarem inelegíveis.

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