OTTAWA - O Canadá chegou a tentar a deportação de um dos dois homens detidos esta semana por suspeitas do que a polícia afirma ter sido um plano apoiado pela Al-Qaeda para descarrilar um trem de passageiros canadense, indicou a rede de televisão pública CBC nesta quinta-feira (25).

Raed Jaser, de 35 anos, e um suposto comparsa foram detidos na segunda e processados por conspiração para executar um ataque e por conspirar com um grupo terrorista para assassinar pessoas.

A Polícia indicou que estavam planejando efetuar um ataque em uma ferrovia da região de Toronto, com o "apoio de elementos da Al-Qaeda localizados no Irã" -- informação rapidamente rejeitada pelo Irã como "realmente ridícula".

Alguns detalhes do suposto plano foram revelados, mas a rede canadense indicou que o governo tentou deportar Jaser nove anos atrás, mas não conseguiu porque ele foi considerado um palestino apátrida.

Citando a imigração e registros de refugiados, a CBC indicou que Jaser e sua família -- dois irmãos, sua mãe e o pai -- foram para o Canadá provenientes da Alemanha usando passaportes franceses falsos.

Em 1993, a família pediu status de refugiados, mas este foi rejeitado no ano seguinte.

A apelação feita pela família levou quatro anos, durante os quais Jaser foi condenado por várias acusações de fraude e por ameaças.

Jaser teve o pedido de deportação feito em 1998, mas um mandado de detenção não foi emitido até 2004, período em que ele afirmou em outra audiência ser um palestino apátrida e foi libertado sob fiança até que o governo pudesse decidir o que fazer com ele.

No ano passado, Jaser teve o perdão de seus crimes concedido e conseguiu a residência permanente no Canadá.

Jaser e Chiheb Esseghaier, de 30 anos, devem ser apresentados novamente ao tribunal no dia 23 de maio.