Resultados do Enade mostram cursos de má qualidade

Hoje em Dia
09/10/2013 às 06:21.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:11

Entre 2009 e 2012, aumentou de 25% para 30% o percentual dos cursos considerados de má qualidade no Brasil, conforme avaliação do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). O resultado do último exame, realizado no ano passado, foi divulgado nesta semana pelo Ministério da Educação (MEC). Participaram 536 mil alunos matriculados em 6,3 mil unidades de ensino e que estavam concluindo cursos nas áreas sociais, humanas e afins.

A partir de agora, MEC e escolas mal avaliadas devem estudar o que precisam fazer para melhorar o desempenho dos estudantes no Enade. O Hoje em Dia ouviu de uma diretora de um dos 139 cursos mineiros que tiveram resultados insatisfatórios – ou seja, os que receberam nota 1 ou 2, numa escala até 5 – uma explicação para a nota baixa. Os alunos boicotaram a prova, afirmou a diretora.

Se essa é a razão, os alunos falharam, por não perceberem que estariam desvalorizando seu diploma; e a escola fracassou por não conseguir motivá-los a fazerem um bom exame.

Uma das sugestões para ajudar a resolver o problema foi apresentada ontem, em artigo num jornal, pelo reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Benedito Guimarães Aguiar Neto, também presidente da Associação Brasileira de Instituições Educacionais Evangélicas. Ele propôs que a nota do estudante no Enade seja utilizada como um dos critérios de avaliação para concessão de bolsas e financiamentos com recursos públicos destinados à formação continuada após a graduação, como o Ciências sem Fronteiras.

Melhor do que adotar punição mais rigorosa, como sugeriu o presidente da Associação Nacional dos Centros Universitários (Anaceu), Paulo Gomes Cardim, contra os estudantes que, por não darem a atenção necessária ao Enade, provocam impacto negativo nas suas escolas.

O que parece indiscutível é que o Enade deve continuar sendo aplicado. Mesmo porque ele serve também para confirmar medidas corretas adotadas por escolas reprovadas nos exames.

Entre 2009 e 2012, não houve apenas retrocesso. Aumentou o número dos cursos bem-avaliados. Em quatro anos, eles passaram de 48,5% para 68,3%. Em Minas, 44 cursos obtiveram nota 5, dos quais cinco da UFMG e três da Universidade do Estado de Minas Gerais. Mas as escolas públicas brasileiras precisam melhorar, pois elas têm perdido posição. Em 2009, dos 309 cursos com pontuação mais alta, 55,3% eram públicos e 44,7% privados. Em 2012, foram 43,7% da rede pública e 56,3% da privada.
 

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