Rio de Janeiro dá exemplo que deveria ser seguido

Hoje em Dia
04/03/2013 às 06:19.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:32

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do PMDB, acompanhou de perto, ontem, a retomada, pela polícia, das comunidades da Barreira do Vasco e do Conjunto de Favelas do Caju que viviam sob o domínio de traficantes de drogas. O Caju foi um bairro importante no século 19. Ainda existe ali, preservada, a casa de banhos de D. João VI, que tinha recomendação médica para se banhar nas águas claras da Praia do Caju. Como tantas coisas do passado carioca, essa praia não existe mais, pois foi ocupada pelo porto.

“É o renascimento de uma região”, classificou Cabral a ação policial. Será realmente, se as políticas de segurança conseguirem libertar, de fato, as comunidades pobres do poder paralelo do crime.

Parece correta a estratégia da polícia do Rio, sob o comando do secretário José Mariano Beltrame, da Segurança Pública. Antes que as comunidades fossem ocupadas na madrugada de domingo, fez-se o cerco aos traficantes, desde 14 de fevereiro, com a ajuda da Polícia Rodoviária Federal, para impedir sua fuga para outras regiões. Até sábado, foram efetuadas 284 prisões e apreendidas112 armas de fogo e 24 granadas, além de 86 quilos de cocaína e 263 quilos de maconha.

Desse modo, a ocupação ontem ocorreu sem o disparo de um tiro. Apenas quatro suspeitos foram apreendidos. “Eu acho que o resultado da operação não é frustrante, porque ela não começou hoje. A função de hoje, a retomada de território, foi feita com sucesso”, afirmou Beltrame. No local, onde vivem 24 mil pessoas, será instalada em breve a 31ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

O que se destaca na ação comandada por Beltrame é o cuidado com que essa retomada de territórios tem ocorrido, de forma pacífica. O Rio conta atualmente com 30 UPP, em comunidades pobres onde vivem aproximadamente 450 mil moradores. A primeira UPP foi instalada em dezembro de 2008, no Morro Santa Marta, em Botafogo, na Zona Sul. A última foi nas favelas de Manguinhos e Jacarezinho, no subúrbio, ocupada em outubro do ano passado por dois mil homens das forças estaduais e do Exército. A ocupação de ontem abre caminho para a entrada no Conjunto de Favelas da Maré, região de grande atuação do tráfico de drogas.

Essa ação bem-sucedida da polícia do Rio tem em vista, no primeiro momento, a segurança para os jogos da Copa do Mundo em 1014 e das Olimpíadas de 2016. Mas Sérgio Cabral garante que haverá consequências permanentes para a cidade.

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