Saúde como prioridade para os governos mineiro e federal

Hoje em Dia
28/02/2013 às 06:15.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:25

A saúde começa a ser vista como prioridade pelos governos, com olhos nas eleições de 2014. No mesmo dia em que o governador Antonio Anastasia, do PSDB, anunciava uma verba de R$ 735,2 milhões para hospitais mineiros que atendem pelo SUS, a presidente Dilma Rousseff, do PT, se reunia, em Brasília, para discutir uma solução para as dívidas desses hospitais em todo o país.

Ainda na terça-feira, o presidente da Confederação Nacional das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas, José Reinaldo Nogueira Júnior, liderou uma comissão que foi ao Senado solicitar ao senador Renan Calheiros, do PMDB alagoano, que interceda para que a tabela de pagamentos do SUS seja reajustada. A entidade alega que os filiados respondem por 50% do atendimento público do SUS e têm prejuízos. Exemplificando, disse que os hospitais gastam, em média, R$ 800 para cada parto, mas recebem R$ 600.

Esse é um problema que se arrasta sem solução, enquanto as dívidas ultrapassam os R$11 bilhões. O governo de Minas estaria fazendo sua parte ao investir nos hospitais. A presidente Dilma não quer ficar atrás. Ela se reuniu com cinco ministros de Estado e representantes do Bradesco, Qualicorp e Amil para buscar soluções. E não apenas para as dívidas dos hospitais filantrópicos. Os planos de saúde privados relutam em ressarcir o SUS pelos gastos com o atendimento de seus associados em hospitais públicos. Alegam que pagam altos impostos e que seus custos vêm subindo acima da inflação e do reajuste das mensalidades. Em 12 meses, os gastos com atendimento teriam aumentado 16,4%, enquanto o IPCA registrou elevação da inflação em 6,1%.

O reajuste da tabela do SUS depende apenas do governo. Mas este tem limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Para remunerar bem os hospitais que atendem pelo SUS, terá que cortar gastos em outras áreas. Se fosse possível, certamente a presidente Dilma optaria por cortar nos orçamentos do Congresso Nacional. Câmara e Senado devem gastar neste ano R$ 8,5 bilhões. É praticamente o que gasta a prefeitura de uma cidade como Belo Horizonte, com 2,5 milhões de habitantes.

A presidente quer também melhorar o atendimento dos planos de saúde e ampliar o acesso dos brasileiros a eles. Para isso, terá que reduzir os impostos pagos pelos planos e oferecer-lhes grandes financiamentos com juros bem atrativos. Assim, o governo acaba melhorando a saúde desses planos privados.

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