Vencedor de um prêmio de inovação em engenharia biomédica, desbancando 191 concorrentes, o aplicativo gratuito que permite o acompanhamento de pacientes que tiveram câncer de próstata e sofrem de incontinência urinária já pode estar ajudando mais de 2 mil homens a lidar com essa condição. 

O número corresponde aos downloads da ferramenta, idealizada por uma enfermeira de Belo Horizonte para auxiliar o monitoramento desse público e oferecer a ele informações sobre a cirurgia de remoção da glândula, o tratamento do tumor, mudanças de estilo de vida, exercícios de treinamento muscular do assoalho pélvico para evitar a perda urinária e gráficos de evolução.

Batizado de IUProst, o app para celular está disponível para o sistema operacional Android e pode ser baixado na plataforma Google Play. Foi desenvolvido durante a pesquisa de mestrado de Fabrícia Eduarda Baia Estevam, no Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UFMG, sob orientação da professora Luciana Regina Ferreira e com a colaboração de Adriana Ferreira Machado, enfermeira e aluna de iniciação científica.

Objetivo

A ideia era dar mais comodidade ao paciente em tratamento, já que a incontinência urinária é um dos efeitos colaterais da extração da próstata. 

“Normalmente esse acompanhamento é feito de forma presencial nos ambulatórios, onde o profissional vai anotando as informações. Na época da pandemia, muitos pacientes não podiam ir até as instituições de saúde, então foi uma forma que encontramos de o profissional continuar fazendo esse acompanhamento além do presencial”, diz Fabrícia. Por meio do aplicativo, o paciente tem a opção de manter o acompanhamento inclusive durante viagens. 

Como o tratamento deve ser contínuo, o assistido tem que fazer os exercícios de fortalecimento da pelve pelo menos três vezes ao dia. Por isso, o aplicativo pode ser considerado um aliado e tanto: no celular, o dono recebe lembretes quando for a hora e há alertas sonoros para auxiliá-lo durante os exercícios.

“Outro ponto é o contexto social da incontinência urinária. Com o aplicativo, familiares e amigos nem precisam ficar sabendo que o paciente está fazendo esse acompanhamento, porque isso gera um constrangimento. Muitos pacientes desenvolvem depressão, não saem de casa”, completa a idealizadora do app, reforçando que o dispositivo não exclui a necessidade de acompanhamento do profissional. 

Fabrícia trabalha no CTI do Hospital Risoleta Tolentino Neves, em BH. Segundo ela, a expectativa, agora, é aprimorar a funcionalidade da ferramenta. “Muitos usuários são idosos, então queremos facilitar o uso, usar palavras de entendimento mais fácil. E mais pra frente vamos inserir informações sobre disfunção sexual”, antecipa. 

Leia também:
Justiça prorroga uso da Força Nacional em Brasília até 4 de fevereiro
Batida entre carreta e caminhão complica o trânsito na Fernão Dias, em Betim
BH está com mais de 730 vagas de trabalho com salários de até R$ 2,6 mil

Compartilhar