
Do Hoje em Dia
portal@hojeemdia.combr
Com as baixas temperaturas dos últimos dias e a proximidade do inverno, quem tem artrite passa a ter um sofrimento a mais. Quando os termômetros caem, trazem junto o aumento das dores e da rigidez articular matinal, sintomas característicos da doença. O frio afeta a mobilidade e o bem-estar dos pacientes e exige cuidados redobrados.
A artrite é uma inflamação nas articulações que pode afetar pessoas de todas as idades –embora seja mais comum em adultos a partir dos 40 anos.
A condição pode ter diversas causas, entre elas, doenças autoimunes, infecções e o desgaste natural das articulações com o tempo. Os principais sintomas incluem dor persistente, inchaço, calor, vermelhidão e dificuldade de movimentar a articulação afetada.
Segundo a reumatologista Cláudia Goldenstein Schainberg, durante o inverno a vasoconstrição (contração dos vasos sanguíneos em resposta ao frio), reduz a irrigação das extremidades do corpo, o que pode agravar os transtornos causados pela doença. Além disso, a tendência de ficar mais tempo em repouso (e até encolhido) durante os dias frios contribui para a perda de mobilidade e o enfraquecimento muscular.
“O frio intensifica os sintomas, como dor e rigidez. Por isso, é importante manter o corpo aquecido, praticar atividades físicas leves regularmente e não abandonar o tratamento medicamentoso prescrito”, explica a especialista.
ORIENTAÇÕES
A médica ressalta que a fisioterapia, o uso de roupas térmicas, banhos mornos e uma alimentação equilibrada também são aliados importantes para amenizar os sintomas.
“Além de manter as articulações em movimento, o exercício físico promove a liberação de endorfinas, que têm efeito analgésico natural. A hidratação e o controle do peso corporal também são fundamentais para reduzir o impacto sobre as articulações”, complementa.
Para quem convive com a artrite, adaptar hábitos e seguir orientações médicas durante o inverno é essencial para preservar a qualidade de vida e evitar crises dolorosas. Buscar um reumatologista ao primeiro sinal de desconforto persistente também é uma atitude preventiva eficaz, reforça a especialista no tema e que atualmente chefia o Laboratório de Imunologia Celular do LIM-17 e o Ambulatório de Artrites da Infância no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.