Agosto é marcado pela cor dourada, em alusão ao leite materno, considerado “padrão ouro” da alimentação nos primeiros seis meses de vida. A campanha nacional tem como objetivo conscientizar sobre os inúmeros benefícios da amamentação para a saúde e o desenvolvimento do bebê e para a mãe.
O leite materno contém anticorpos, imunoglobulinas, células de defesa e proteínas que fortalecem o sistema imunológico do bebê. “Nutricionalmente falando, não temos nenhum outro alimento, seja de origem animal ou vegetal, que se compare ao leite materno para o bebê humano”, explica a neonatologista da rede Mater Dei de Saúde, Ana Luiza Diniz.
Além de favorecer o desenvolvimento infantil, a amamentação também impacta positivamente a saúde da mulher. O processo auxilia na recuperação pós-parto por meio da ação do hormônio ocitocina e reduz o risco de câncer de mama e de ovário.
Atualmente, tanto a Sociedade Brasileira de Pediatria quanto o Ministério da Saúde recomendam o aleitamento exclusivo até os seis meses, podendo ser mantido, em conjunto com outros alimentos, até os dois anos ou mais.
A especialista reforça que cada família tem seu próprio ritmo e que a amamentação deve ser vivida de maneira segura e prazerosa. “É a mãe quem define esse tempo, avaliando se está em harmonia com a sua rotina, com as necessidades do bebê e com seu bem-estar. E o bebê, por sua vez, também sinaliza o momento certo do desmame”, orienta Ana Luiza Diniz.
Apesar de natural, a amamentação ainda é cercada de mitos. Entre os mais comuns, estão a crença de que o leite materno pode ser fraco ou de que amamentar provoca queda dos seios.
“A literatura científica não descreve a existência de leite fraco e até mesmo mães em situação de desnutrição conseguem nutrir seus filhos adequadamente. Já as mudanças nas mamas estão muito mais ligadas às alterações hormonais da gestação do que ao ato de amamentar”, esclarece a especialista.
A Ana Luiza também chama atenção para o aspecto emocional desse período: “O puerpério é uma fase sensível. A mãe precisa ser acolhida e apoiada, sem críticas ou julgamentos. Esse suporte é fundamental para que ela se sinta bem consigo mesma e com o bebê”.
Mais do que nutrir, a amamentação representa vínculo, afeto e conexão. Por isso, o apoio de familiares, profissionais de saúde e redes de suporte é essencial para que cada mãe encontre seu próprio tempo e viva esse processo de forma segura e prazerosa.
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