Desde a pandemia de 2020, que dificultou o acesso a hospitais e clínicas para exames e tratamentos, o Brasil registrou um aumento de 26% nas taxas de diagnósticos de câncer de mama em estágio grave. Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), a doença ocupa a primeira posição entre as causas de mortalidade oncológica das mulheres no país.

O crescimento dessa letalidade está associado aos diagnósticos tardios, que dificultam ou impossibilitam o alcance da cura. Sendo assim, especialistas alertam sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. 

Durante o mês de outubro, o Brasil promove o movimento do Outubro Rosa, campanha lançada para conscientizar a população feminina sobre a importância dos exames periódicos de mama para detectar precocemente a existência de tumores para início do tratamento. A ação também promove que as mulheres realizem o autoexame para identificar a presença de nódulos. 

Os nódulos no seio são o sintoma mais comum e fácil de ser percebido no autoexame e pode ser acompanhado ou não de dor. A médica Graziella Pilló, especialista em oncologia em Minas Gerais, alerta que nem todo caroço é um câncer de mama, mas que é importante consultar um profissional de saúde para uma avaliação. Além disso, ela reforça que toda mulher com 40 anos ou mais deve procurar um ambulatório, centro ou posto de saúde para realizar o exame clínico anualmente. Entre 50 e 69 anos, a mamografia deve ser feita pelo menos uma vez a cada dois anos.

A atenção deve ser redobrada para os fatores de risco. A oncologista mineira Mariana Cunha, também especialista em Minas Gerais, reforça que, se alguém da família teve câncer de mama antes dos 50 anos, a mulher tem mais chances de desenvolver a doença. Quem já teve câncer em uma das mamas ou câncer de ovário, em qualquer idade, também deve ficar atento. Nesses casos, o exame clínico das mamas e a mamografia devem ser feitos todo ano. 

Além disso, para prevenir o câncer de mama, é importante ter uma alimentação saudável e equilibrada, praticar atividades físicas e não fumar. O acompanhamento médico é indispensável, principalmente, para o diagnóstico precoce. “Em alguns casos, a doença pode ser silenciosa. Por meio de exames de rotina, ela poderá ser diagnosticada e logo tratada. Além disso, preste atenção aos sinais que seu corpo dá, se toque. Caso veja algo anormal, procure ajuda médica", finaliza Cunha. 

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