Cobertura do exame de mamografia cai em BH, aponta estudo da UFMG
Em 2012, a cobertura na capital mineira foi de 86,5% e sofreu uma queda expressiva ao longo da última década, atingindo apenas 70% das mulheres entre 2021 e 2022

Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), publicado no BMC Women’s Health Journal, aponta queda na cobertura de realização do exame de mamografia em Belo Horizonte de 2007 a 2023. Em 2012, a cobertura na capital mineira foi de 86,5% e sofreu uma queda expressiva ao longo da última década, atingindo apenas 70% das mulheres entre 2021 e 2022 - o menor índice do período analisado.
Em 2023, a cobertura subiu para 80,3%, mas ainda permanece abaixo dos níveis ideais. O estudo foi divulgado pela UFMG na terça-feira (14).
A pesquisa, coordenada pelas professoras Alanna Gomes da Silva e Deborah Carvalho Malta, analisou dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), um inquérito telefônico que monitora anualmente a situação de saúde da população brasileira. O levantamento considerou mulheres de 50 a 69 anos, levando em conta escolaridade, idade, raça/cor da pele e região geográfica.
Os resultados da pesquisa mostraram uma estabilidade nas capitais do Brasil, para o total de mulheres: 71.1% fizeram o exame de mamografia em 2007 e 73.1% em 2023, mantendo o índice estável também para todas as variáveis analisadas.
Em outras capitais do Sudeste, a tendência da cobertura de mamografia se manteve estável no período analisado. No Rio de Janeiro, a cobertura do exame variou de 63,1% em 2007 para 66,6% em 2023. Em São Paulo, a cobertura foi de 74,3% em 2007 para 76,9% em 2023 .
Vitória, no Espírito Santo, apresentou os maiores índices de cobertura mamográfica da região durante todo o período analisado, variando entre 85,4% (2007) e 90,7% (2016). Ainda assim, a análise estatística não demonstrou tendência de aumento, com a cobertura de 82,4% em 2023.
A professora Alanna pontua que, embora a estabilidade não represente necessariamente um retrocesso, ela evidencia que ainda há espaço para melhorar a busca ativa, reduzir desigualdades no acesso e alcançar mulheres que permanecem fora do rastreamento.
“Esse resultado indica que a proporção de mulheres que realizaram o exame apresentou redução média anual significativa, evidenciando um retrocesso nas ações de rastreamento mamográfico e apontando para a necessidade de intensificar as estratégias de promoção da saúde, educação e identificação precoce de casos na Atenção Primária à Saúde (APS), além de garantir o encaminhamento oportuno para a realização do exame”, destaca Alanna.
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