Bem-Estar

Comer tarde da noite pode levar à obesidade, sugere estudo

João Paulo Martins
joao.oliveira@hojeemdia.com.br
09/10/2022 às 18:03.
Atualizado em 09/10/2022 às 18:08

Um estudo publicado em 5 de outubro na revista científica Cell Metabolism sugere que jantar muito tarde pode impactar o controle biológico do peso de três maneiras: pelo número de calorias queimadas; nível de fome; e a maneira como nossos corpos armazenam gordura.

Estudos anteriores já haviam identificado uma relação entre o horário das refeições e o ganho de peso, mas desta vez os pesquisadores foram mais fundo na questão, além de desvendar as possíveis razões biológicas.

“Queríamos testar os mecanismos que podem explicar por que comer tarde aumenta o risco de obesidade. Pesquisas anteriores feitas por nós e por outros cientistas mostraram que a alimentação tardia está associada ao aumento do risco de obesidade, maior gordura corporal e menor eficácia na perda de peso. Queríamos entender o porquê”, comentou o neurocientista Frank Scheer, do Hospital Feminino Brigham, em Boston (EUA), um dos autores do estudo, citado pelo site americano Science Alert.

A pesquisa atual envolveu 16 participantes com índice de massa corporal (IMC) na faixa de sobrepeso ou obesidade. Cada voluntário passou por dois experimentos diferentes, que duraram seis dias. O sono e a alimentação foram controlados de antemão e nas semanas entre cada teste.

Em um dos experimentos, os voluntários ingeriram três refeições por dia seguindo os horários “normais” – café da manhã às 9h, almoço às 13h e jantar às 18h.

No outro teste, as três refeições passaram a ser almoço, jantar e ceia, com a primeira por volta das 13h e a última por volta das 21h.

Por meio de análise de amostras de sangue, questionários e outras medições, os cientistas conseguiram fazer várias observações. Quem comia mais tarde apresentava níveis do hormônio leptina (que regula a saciedade) mais baixos durante as 24 horas seguintes à última refeição. Com isso, os participantes apresentaram mais fome. Além disso, as calorias estavam sendo queimadas em um ritmo mais lento, segundo o Science Alert.

Os testes também mostraram alteração na expressão gênica associada ao tecido adiposo, afetando a forma como o corpo armazena gordura. Houve aumento do processo de adipogênese (construção dos tecidos adiposos) e redução da lipólise, que é a quebra da gordura.

“Isolamos esses efeitos de variáveis como ingestão calórica, atividade física, sono e exposição à luz. Mas na vida real, muitos desses fatores podem ser influenciados pelo horário das refeições”, disse Frank Scheer.

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