Saúde

Evitável, sífilis ainda preocupa e médicos alertam para diagnóstico tardio e adesão ao tratamento

Baixa percepção de risco é um dos motivos para o aumento dos casos

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 06/11/2025 às 19:07.

Nada menos que 256 mil casos de sífilis - taxa de 120,8 por 100 mil habitantes - foram registrados no Brasil, aponta boletim epidemiológico divulgado em outubro pelo Ministério da Saúde (MS). Os números mostram sinais de estabilização. Em Minas, os índices estão abaixo da média nacional, mas ainda em níveis preocupantes, o que reforça o alerta contra a doença que, sem tratamento, provoca complicações graves e pode matar.

Os dados do MS apontam que os homens concentram mais de 60% dos casos, mas um dos principais desafios no controle da sífilis é a transmissão vertical (de mãe para bebê). Infectologista do Lab-to-Lab Pardini, Melissa Valentini reforça que a infecção é evitável, com tratamento eficaz e protocolos bem estabelecidos. 

“O que falta é diagnóstico precoce e adesão ao tratamento, especialmente durante a gestação. Cada caso de sífilis congênita é uma falha evitável”, afirma. A especialista ressalta, ainda, que um em cada quatro bebês de mães com sífilis nasce infectado, o que reforça a necessidade de fortalecer ações de triagem e tratamento materno.

O aumento dos casos está ligado a baixa percepção de risco, falta de informação da população, desigualdade no acesso ao diagnóstico e tratamento, além do estigma associado às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), fatores que dificultam a busca por atendimento e o controle da doença.

“É preciso fortalecer o pré-natal, garantir testagem em todas as fases da gestação e assegurar tratamento adequado do casal. O combate à sífilis passa pela prevenção e pelo cuidado continuado da mulher e do bebê", acrescenta Melissa. 

Diagnóstico e prevenção 

O diagnóstico da sífilis é feito por meio de testes sorológicos, divididos em dois grupos: treponêmicos e não treponêmicos. O Ministério da Saúde recomenda o modelo de testagem sequencial: primeiro o teste treponêmico e, se reagente, realiza-se o VDRL (não treponêmico) para avaliar a fase da doença.

Em gestantes, a testagem deve ser feita no início do pré-natal, no terceiro trimestre e no parto, assegurando o diagnóstico precoce e prevenindo a transmissão congênita. O tratamento com penicilina é altamente eficaz e está disponível gratuitamente na rede pública.

A prevenção contra a sífilis pode ser feitas de várias formas

  • Use preservativo em todas as relações sexuais (oral, vaginal e/ou vaginal);
  • Faça testes regularmente;
  • Realize teste no acompanhamento no pré-natal;
  • Realize o tratamento correto para não transmitir a infecção;
  • Realize o teste e tratamento em todos os parceiros sexuais.
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