
O Hospital Risoleta Tolentino Neves, localizado na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, normalizou o atendimento a pacientes não-críticos na manhã desta terça-feira (15), após ter restringido esse serviço na tarde da última segunda-feira (14). A informação foi divulgada pela própria unidade de saúde, que alertou para a possibilidade de "tempo de espera prolongado" devido à alta demanda.
De acordo com nota da unidade de saúde, referência na Grande BH, "neste momento, além dos casos de emergência e muito urgentes, as demandas não-críticas estão sendo atendidas, seguindo prioridade clínica estabelecida pelo Protocolo de Manchester". Na manhã desta terça-feira (15), a unidade registrava 141 pacientes em atendimento no pronto-socorro.
A retomada dos atendimentos foi possível após a implementação de medidas do "Plano de Capacidade Plena". O hospital informou que, após um "grande esforço das equipes e apoio da Rede de Urgência e Emergência", os processos internos foram agilizados, permitindo a volta do fluxo normal para pacientes sem risco de morte.
"O Risoleta reafirma o seu compromisso com a saúde pública e garante que todos os esforços continuarão a ser feitos para manter a assistência à população que depende do Hospital", concluiu a direção da unidade.
Alta demanda
A situação volta à normalidade após um dia de preocupação para os moradores da região metropolitana que dependem dos serviços do Risoleta Neves. Novamente superlotado, pela terceira vez no ano, o hospital suspendeu o atendimento a pacientes que não são classificados como casos urgentes ontem, quando 181 pessoas estavam no pronto-socorro, o que representa o dobro da capacidade - 90.
O Risoleta informou que desde sexta-feira (11) houve aumento significativo na demanda de pacientes com perfil de maior gravidade, "o que impactou na capacidade de admissão de novos casos". Pessoas que já estão na unidade permanecerão sendo atendidas.
A última suspensão dos atendimentos no Risoleta Neves ocorreu em abril. Antes, o mesmo ocorreu em janeiro. Em ambos os casos, o complexo enfrentava superlotação de pacientes.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) disse que a gestão plena de serviços do Hospital Risoleta Tolentino Neves (HRTN) é de responsabilidade da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). A SES informou que, além de integrar a política Valora Minas - de repasses estaduais às unidades de saúde - o hospital também é contemplado pelo programa Opera Mais e recebeu mais de R$ 200 mil. Ainda segundo o Estado, o financiamento da unidade é tripartite, com participação de recursos federais, estaduais e municipais.
Já a PBH, por sua vez, negou ser a gestora da unidade e disse estar ciente da situação enfrentada pelo hospital. A prefeitura informou que a população pode procurar uma das nove Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital, além de ter acesso às teleconsultas oferecidas pelo sistema municipal. A administração municipal reforçou que o SUS funciona em rede e conta com diversos equipamentos públicos para atender à demanda.
O Ministério da Saúde também foi procurado, mas ainda não houve retorno.