Alerta

Minas já tem 386 mil casos e 245 mortes por diarreia em apenas sete meses

Água e alimentos contaminados colocam em risco principalmente crianças e idosos

Ana Luísa Ribeiro*
aribeiro@hojeemdia.com.br
Publicado em 28/07/2025 às 06:00.
Profissionais do SUS prestam atendimento em unidade básica de saúde em Minas; diarreia pode causar desidratação grave e exige atenção redobrada com crianças e idosos (Jeyaratnam Caniceus/Pixabay)
Profissionais do SUS prestam atendimento em unidade básica de saúde em Minas; diarreia pode causar desidratação grave e exige atenção redobrada com crianças e idosos (Jeyaratnam Caniceus/Pixabay)

O número de mortes causadas por Doenças Diarreicas Agudas (DDA) em Minas já chega a 245 em 2025. O dado reflete um cenário que se agrava com o aumento de surtos relacionados à ingestão de água ou alimentos contaminados. Somente neste ano, as unidades de saúde do Estado já notificaram 386 mil casos das doenças.

O impacto é ainda maior sobre crianças menores de 5 anos e idosos já a partir dos 60, que têm mais chances de desidratação e complicações. A infecção pode ser provocada por vírus, bactérias ou parasitas, e se manifesta por meio de evacuações líquidas ou pastosas, febre, dor abdominal, náusea e vômitos. Em casos mais graves, a presença de sangue ou muco nas fezes – quadro conhecido como disenteria – exige tratamento imediato.

Outro tipo de contaminação em crescimento no Estado é a provocada pelas Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA), que são desencadeadas pelo consumo de água ou alimentos com microrganismos ou toxinas. Em 2024, ocorreram 5.823 casos e uma morte.

A infecção por DDA e DTHA costuma ocorrer pela ingestão de água sem tratamento adequado, consumo de frutas e hortaliças mal higienizadas, leite cru e alimentos de procedência ou conservação duvidosa. Também é possível a contaminação por meio de superfícies, mãos e utensílios sujos.

Além do cuidado com o preparo e armazenamento dos alimentos, a prevenção passa por hábitos simples, como lavar bem as mãos antes das refeições, depois de usar o banheiro ou tocar em animais. O alerta é ainda mais importante durante períodos de calor intenso ou chuvas fortes, que facilitam a proliferação de microrganismos.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento clínico gratuito para essas doenças, com ênfase na reidratação oral ou intravenosa, dependendo do quadro.

Apenas médicos podem indicar antibióticos, que são utilizados em casos específicos, como cólera ou presença de sangue nas fezes. Sinais como sonolência, boca seca, olhos fundos, muita sede e recusa de líquidos exigem atenção e ida imediata a uma unidade de saúde.

*Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca

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