Novembro azul alerta: exames combinados são essenciais para detectar câncer de próstata
Especialistas reforçam que PSA e toque retal devem ser feitos juntos e que preconceito afasta homens do diagnóstico precoce

Três em cada dez homens nunca fizeram - nem pretendem fazer - o exame de toque retal, segundo levantamento do Hospital de Câncer A.C.Camargo, em parceria com a Nexus. Os dados mostram como o câncer de próstata segue como um dos principais desafios da saúde no Brasil, especialmente devido à falta de diagnóstico precoce. O alerta do Novembro Azul é claro: prevenir vai além da campanha e precisa fazer parte da rotina.
De acordo com especialistas, a prevenção deve começar antes dos sintomas, que muitas vezes passam despercebidos. O urologista Renato Corradi, do Mater Dei, lembra que os sintomas podem ser imperceptíveis e, em casos mais graves, incluem dor e dificuldade ao urinar. Por isso, a prevenção deve ser contínua e não apenas em novembro.
A recomendação dos médicos é evidente: fazer o PSA e o toque retal juntos. “O toque retal avalia diretamente o tamanho, a consistência e possíveis nódulos suspeitos. São exames complementares”, afirma., reforça o também urologista Guilherme Valente. Cerca de 20% dos tumores são identificados apenas pelo toque retal, mesmo em pacientes com PSA normal.
Tabu persiste
O preconceito ainda é uma das principais barreiras para que homens procurem um urologista. A pesquisa mostra que 44% desconhecem as formas de prevenção, mesmo diante de um cenário preocupante: o câncer de próstata causou 17.587 mortes no país em 2024, cerca de 48 por dia.
Muitos evitam o toque por constrangimento. “Nosso papel é trazer naturalidade e informação”, destaca Guilherme Valente, reforçando o impacto das campanhas na mudança cultural.
Quem deve fazer o quê
A orientação médica é que todas as pessoas com próstata passem por avaliação anual a partir dos 45 anos, ou dos 40 anos em caso de histórico familiar. Mulheres trans e travestis com próstata também precisam realizar o rastreamento. “Prevenir é sempre melhor que tratar. A conversa com o médico deve ser vista como natural, assim como ir ao dentista ou cardiologista”, afirma o especialista Guilherme Valente.
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