Referência na Grande BH, Risoleta Neves suspende atendimentos pela 3ª vez no ano após superlotação
Hospital da capital mineira registra 181 pacientes em atendimento simultâneo nesta segunda-feira (14), quando o ideal seria até 90

Novamente superlotado, o Hospital Risoleta Tolentino Neves, na região Norte de Belo Horizonte, suspendeu o atendimento a pacientes que não são classificados como casos urgentes. Nesta segunda-feira (14), 181 pessoas estão no pronto-socorro, o que representa o dobro da capacidade - 90. Essa é a terceira paralisação das atividades este ano.
A medida foi anunciada nesta tarde pelo complexo hospitalar, um dos mais importantes para o socorro de moradores da capital e da Grande BH. O hospital informou que os atendimentos seguem para casos de emergência e muita urgência – ou seja, com risco de morte e que necessitam de atendimento imediato, respectivamente.
O Risoleta informou que desde sexta-feira (11) houve aumento significativo na demanda de pacientes com perfil de maior gravidade, "o que impactou na capacidade de admissão de novos casos". Pessoas que já estão na unidade permanecerão sendo atendidas.
Além disso, medidas para reavaliação dos doentes estão sendo tomadas. "Para realização do apoio diagnóstico e de outros recursos que possam assegurar uma desospitalização (alta hospitalar) segura, possibilitando uma movimentação adequada e mais ágil dos pacientes em atendimento ou internação", informou o hospital.
Quem chega no Risoleta e não consegue atendimento é informado sobre a situação atual e orientado a procurar outra unidade de saúde pública.
A última suspensão dos atendimentos no Risoleta Neves ocorreu em abril. Antes, o mesmo ocorreu em janeiro. Em ambos os casos, o complexo enfrentava superlotação de pacientes.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) disse que a gestão plena de serviços do Hospital Risoleta Tolentino Neves (HRTN) é de responsabilidade da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). A SES informou que, além de integrar a política Valora Minas - de repasses estaduais às unidades de saúde - o hospital também é contemplado pelo programa Opera Mais e recebeu mais de R$ 200 mil. Ainda segundo o Estado, o financiamento da unidade é tripartite, com participação de recursos federais, estaduais e municipais.
Já a PBH, por sua vez, negou ser a gestora da unidade e disse estar ciente da situação enfrentada pelo hospital. A prefeitura informou que a população pode procurar uma das nove Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital, além de ter acesso às teleconsultas oferecidas pelo sistema municipal. A administração municipal reforçou que o SUS funciona em rede e conta com diversos equipamentos públicos para atender à demanda.
O Ministério da Saúde também foi procurado, mas ainda não houve retorno.
*Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca
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