Saúde

Vitiligo: impacto clínico, social e avanços no tratamento da condição que afeta galã de novela

Doença autoimune que afeta a pigmentação da pele atinge cerca de 1% da população

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 04/09/2025 às 18:12.Atualizado em 04/09/2025 às 19:36.
O vitiligo é caracterizado pela destruição dos melanócitos – células responsáveis pela produção de melanina, pigmento que define a cor da pele, cabelos e olhos (Guetty Images)
O vitiligo é caracterizado pela destruição dos melanócitos – células responsáveis pela produção de melanina, pigmento que define a cor da pele, cabelos e olhos (Guetty Images)

Recentemente, o ator Renato Góes, de 38 anos, intérprete do personagem Ivan, da novela “Vale Tudo”, revelou que tem vitiligo. A descoberta ocorreu aos 12 anos. Em entrevista a uma revista, ele disse que, atualmente, as manchas diminuíram. Diante do relato do global, a importância em se falar sobre a doença crônica voltou a ganhar força.

O vitiligo é uma condição dermatológica autoimune caracterizada pela destruição dos melanócitos – células responsáveis pela produção de melanina, pigmento que define a cor da pele, cabelos e olhos. Esse processo resulta em áreas de despigmentação cutânea, manifestadas como manchas brancas bem delimitadas. Acomete cerca de 1% da população mundial, incluindo aproximadamente 1 milhão de brasileiros.

De acordo com a dermatologista da Rede Mater Dei de Saúde, Ethel Nunes de Sousa Fernandes, embora não comprometa a saúde, o vitiligo exerce grande impacto emocional e psicossocial. “A autoestima, a vida social e até mesmo a trajetória profissional podem ser profundamente afetadas, em especial devido ao estigma e preconceito que ainda cercam a doença”, afirma.

Na maioria dos casos, as primeiras manifestações surgem em áreas expostas a atritos ou pequenos traumas, como mãos, pés, cotovelos e joelhos. Embora as causas ainda não sejam completamente compreendidas, já se reconhece um componente genético importante, com uma possível influência de fatores emocionais na progressão da doença. A dermatologista reforça, entretanto, que o vitiligo não é contagioso, desfazendo um dos equívocos mais recorrentes sobre a condição.

Embora não exista cura definitiva, os avanços terapêuticos têm ampliado as possibilidades de controle e repigmentação. “Atualmente, contamos com opções tópicas, orais, imunossupressores e novas moléculas em desenvolvimento, tanto no Brasil quanto no exterior. Quanto mais precoce o início do tratamento, maior a taxa de resposta clínica”, explica Ethel.

A médica ainda destaca a importância de um diagnóstico preciso e da escolha de abordagens personalizadas. “Mais do que tratar a pele, é fundamental cuidar do paciente em sua integralidade. O vitiligo exige acompanhamento dermatológico contínuo, aliado ao acolhimento e à informação qualificada”, complementa.

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