Sem saber usar, tempo de TV pode até derrubar candidato

Publicado em 06/08/2016 às 11:43.Atualizado em 15/11/2021 às 20:12.

Terminou nessa sexta-feira (5), prazo final das convenções partidárias, as chances de mudanças em alianças para as eleições de outubro próximo. As atas têm que ser registradas até a meia-noite de hoje na Justiça Eleitoral. Mudanças, agora, só entre os partidos coligados até o dia 15 de agosto. De todos os partidos, o PSB do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, foi o mais afetado, não conseguindo aliados de peso e um vice que some em votos e representação e desidratando, por consequência, seu candidato a prefeito, Paulo Brant.

Por obra e vontade do senador Aécio Neves (PSDB), aliado até meses atrás, todas as portas foram fechadas ao prefeito nesse sentido. Tentou em vão, nessa sexta, uma última cartada através do candidato do PMDB, Rodrigo Pacheco, ainda que sob o risco de cair na base política do rival, o PT do governador Fernando Pimentel.

Somam-se ao desacerto político outros erros. Como não mostrou o que fez durante a gestão, o prefeito não terá tempo de televisão (horário gratuito), na campanha eleitoral, para dizer quem fez e nem associar a obra ao seu candidato. Lacerda tem razoável aprovação na capital, mas não definiu até hoje uma marca de sua administração, de como será lembrado.

Após essa primeira etapa, de articulações políticas, na qual o mais beneficiado foi o candidato tucano, João Leite, que terá um dos maiores tempos de televisão, começa, agora, a preparação para a próxima e mais importante fase da campanha, que é o contato com o eleitor. A TV e o rádio chegam a 100% das residências, o que não quer dizer que fará com que o eleitor assista, mas será o principal canal de captação de votos. 

As outras iniciativas, desde o tradicional corpo a corpo até as inovadoras redes sociais, apenas farão a manutenção das propostas, quando não, tão somente a desconstrução de rivais.
Ao mesmo tempo em que a televisão é vantajosa e definidora, também é de alto risco, para não dizer cruel com alguns. Todos brigaram até ontem para aumentar o tempo de televisão, mas isso pode ser fatal para quem não souber usá-lo a favor. 

Rodrigo Pacheco, por exemplo, é outro que terá um dos maiores tempos, mas se não se cuidar e montar uma equipe profissionalizada poderá ver as chances escaparem-lhe das mãos. Os primeiros vídeos que postou nas redes sociais, quase que uma cópia do que anda fazendo o candidato do PHS, Alexandre Kalil, que, por sua vez, copia o estilo tucano, já são em si um sinal de advertência.

Começa verde e errado
O deputado federal Rodrigo Pacheco resistiu até onde pode às investidas de Marcio Lacerda para desistir e apoiar o candidato do PSB, mas começou errando em sua campanha. Na convenção que montou na Câmara Municipal, para homologar seu nome, na noite de ontem, Pacheco mudou as cores do partido. O vermelho e o preto deram lugar ao verde e branco. Parecia cor do Partido Verde. Assim, o eleitor desavisado não irá identificá-lo com o próprio partido. A não ser que, por estratégia, o peemedebista novato não queira essa vinculação com o velho PMDB.

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