Serra Azul, mas o que o futuro reserva pode ser cinza

Hoje em Dia
21/02/2013 às 06:28.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:12

O governo precisa ficar atento às atividades das empresas que retiraram minério de ferro noshttp://www.hojeemdia.com.br/minas/barragem-e-dique-da-mineradora-mmx-tambem-tem-problema-1.92120 e Itatiaiuçu, na Região Metropolitana. Reportagens publicadas nos últimos dias por este jornal, com base em documentos oficiais, revelam que córregos e ribeirões da regiãohttp://www.hojeemdia.com.br/minas/mineradora-do-bilionario-eike-batista-ameaca-enxugar-fonte-de-agua-da-rmbh-1.91665

Foram constatados problemas também na captação de água do córrego Quéias, um dos que abastecem o Sistema Rio Manso, da Copasa, pela mineradora MMX, do Grupo EBX. Esta empresa construiu dez barragens e diques em Brumadinho, duas delas consideradas inseguras por técnicos da Fundação Estadual do Meio Ambiente.

A empresa afirma que todas as suas estruturas de contenção de rejeitos de minério estão devidamente licenciadas e em conformidade com a legislação atual. Cláudio Guerra, que foi secretário estadual do Meio Ambiente no ano 2000, acredita que os interesses econômicos são maiores e podem até ameaçar o cargo de secretário, se os órgãos ambientais quiserem fazer mais do que têm feito. Pelo que se lê no jornal, têm sido pequenos os resultados de sua atuação.

A Unidade Serra Azul, da MMX, possui capacidade instalada para produzir 8,7 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, que deverá chegar a 29 milhões já em 2014, com investimentos de R$ 4,8 bilhões iniciados em maio do ano passado, um mês após obter, do Conselho Estadual de Política Ambiental, a licença de instalação.

Atualmente, a empresa opera também, no local, uma usina para concentração de finos de minério de ferro com capacidade para 1,2 milhão de toneladas por ano. É uma atividade que requer uso de água. Sobretudo, porque o escoamento da nova usina de beneficiamento de minério de ferro será feito por um mineroduto de sete quilômetros que será construído, estranhamente, “ao lado da ferrovia da MRS”, como se lê no site da MMX na internet. Por que não um ramal ferroviário?

Em fevereiro de 2011, a MMX adquiriu da Usiminas o direito de explorar por 30 anos a Mina Pau de Vinho, na mesma região. Mas não deve durar tanto tempo assim, porque estudos feitos logo depois estimaram reserva de minério de ferro de até 75 milhões de toneladas, e o projeto da MMX é tirar dali oito milhões de toneladas por ano.

O governo precisa cuidar para que a água – que é mais valiosa para todos os mineiros –, não se esgote antes que o minério de ferro.
 

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