Sinais do desastre ambiental são evidentes em todo o mundo

Do Hoje em Dia
28/11/2012 às 06:18.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:43

Dezessete dias após o discurso de Barack Obama em agradecimento por sua reeleição, começou nesta semana, em Doha, capital de Dacar, a 18ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O presidente dos Estados Unidos, um país que se destaca pela falta de cooperação no esforço mundial para conter o aquecimento global, afirmou que não quer seus filhos vivendo numa América “enfraquecida pelo poder destrutivo de um planeta em aquecimento”. É o momento de deixar a oratória de lado e começar a agir, pois o mundo não pode esperar por muito tempo mais.

Os sinais do desastre ambiental são evidentes. Furacões, maremotos, enchentes e secas extremas vão se repetindo em todas as regiões, em escala crescente. Há cinco anos entrou em vigor o Protocolo de Kyoto, que Estados Unidos e China – os maiores emissores de gases de efeito estufa – se recusaram a assinar, alegando que as medidas poriam um freio ao desenvolvimento. Dentro de 33 dias, expira o tratado que define metas e limites de emissão desses gases pelos países desenvolvidos, e a reunião em Doha tem como objetivo principal estender esse tratado e abrir caminho para um acordo mais ambicioso, desta vez envolvendo todos os países.

Esse novo acordo, se tudo der certo, será assinado em 2015, para entrar em vigor em 2020. Parece um período longo demais, mas, tendo em vista os interesses econômicos e políticos envolvidos, que implicam custosas negociações por representante de duas centenas de países, é um tempo razoável.

É difícil, porém, contornar o sentimento de frustração. Os esforços empreendidos até agora não reduziram a emissão de gases de efeito estufa. Ao contrário, ela aumentou em 20%, nos últimos 12 anos. Cientistas da Organização Meteorológica Mundial têm alertado sobre a necessidade de todos os países se comprometerem a adotar medidas para que não suba mais que dois graus centígrados a elevação da temperatura do planeta. O Banco Mundial advertiu para o risco de um aquecimento de quatro graus até 2060. Uma tragédia para os países mais pobres.

A União Europeia, maior defensora das medidas, revela-se disposta a participar de um segundo Protocolo de Kyoto. Apesar da crise, ela defende financiamentos anuais de US$ 100 bilhões, dos países desenvolvidos, para apoiar as nações em desenvolvimento na redução das suas emissões e na adaptação às alterações climáticas. Não é um valor excessivo, tendo em vista a dimensão do problema.
 

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