Sou do Mundo, estou em Minas Gerais: Tropa chilena descobre sabores e distribui simpatia

Gláucio Castro - Hoje em Dia
21/06/2014 às 09:30.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:05
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Já são 17 dias em Belo Horizonte. Até aniversário ele comemorou na capital mineira. Responsável por parte da segurança da delegação chilena no Brasil, o coronel Oscar Salazar, de 49 anos, chefe de um grupo de carabineiros (policiais) que está no país para o Mundial, praticamente já fala uai.
 
“Adorei o fígado com jiló do Mercado Central. Os queijos também são maravilhosos. Tem um que parece uma bolinha e já vem temperado, que é perfeito. O pão de queijo também é muito saboroso”, resume o militar.
 
Apesar do ritmo intenso de trabalho, coronel Salazar e os companheiros encontraram um tempinho para provar os sabores de Minas e visitar alguns pontos turísticos de Belo Horizonte. “Achei a Igreja da Pampulha fantástica. Conheço igrejas em vários lugares. São todas grandes e cheias de detalhes. A daqui é bem pequena e simples. Sensacional. Por ficar ao lado da lagoa, fica ainda mais bonita”, afirma.
 
Composta por 50 mil homens, a tropa de Carabineros de Chile é responsável pela segurança e ordem do país sul-americano. Dez deles estão em Belo Horizonte desde o dia 5 deste mês acompanhando 24 horas por dia todos os passos da delegação chilena na Copa do Mundo.
 
“Lá no Chile não existe esta divisão de polícias como acontece aqui. Tudo é feito pelos carabineiros”, explica o coronel.
 
Esta é a terceira vez que a polícia chilena participa da equipe de segurança da delegação em Mundiais. A ideia começou a ser implantada na Coreia do Sul e Japão, em 2002, com apenas um militar. Em 2006, na Alemanha, quatro homens viajaram com a delegação. Agora são dez.
 
“Fomos escolhidos entre um universo de 50 mil homens. É motivo de muito orgulho estar no Brasil representando todos estes profissionais que não puderam estar aqui”, garante o comandante dos carabineiros em Minas.
 
Salazar explica que o trabalho é realizado em parceria com as polícias Militar e Federal, forças responsáveis pela segurança das delegações nos deslocamentos pelo país. Em terras brasileiras, os carabineiros estão proibidos de usar armas.
 
Eles estão sempre presentes no interior da Toca da Raposa II, quartel-general do Chile na capital mineira, e em um hotel da região da Pampulha, que hospeda parte da delegação do país. Nas viagens para os jogos, os chilenos estão sempre guardados pelo carabineiros.
 
Além da culinária mineira e dos atrativos turísticos, coronel Salazar não teve dificuldade para perceber uma outra qualidade dos mineiros. “As pessoas aqui são muito simpáticas e amáveis. Somos bem recebidos por onde passamos. Hoje (ontem) mesmo fomos ao Mercado Central e as pessoas vinham falar com a gente o tempo todo. Logo chegava um, chegava outro e aí em questão de minutos estavam todos amigos”, relembra o chileno.
 
Apesar do amor pela profissão, Salazar não conseguiu fazer os filhos seguirem sua carreira. “Fui o primeiro e o último da família. Uma pena”, lamenta.

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