
O Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados do Petróleo de Minas Gerais (Sindtanque-MG), que anunciou estado de greve a partir de meia noite desta segunda-feira (3), descartou paralisar as atividades pelo menos até o encontro agendado com a BR Distribuidora (Petrobras). A reunião está prevista para acontecer nesta terça-feira (4), no Rio de Janeiro.
O chamado estado de greve é uma situação aprovada pelos trabalhadores, alertando aos governantes que a qualquer momento eles poderão deflagrar uma greve. Mas por enquanto os tanqueiros, que transportam diesel e gasolina, seguem com o abastecimento em todo Estado e em negociação com a BR Distribuidora, com o governo federal e com outras distribuidoras.
O Sindtanque quer o cumprimento da Lei do Frete, que instituiu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, e a redução do preço do diesel. Caso não haja acordo nesse sentido, a categoria afirma que vai parar as atividades.
Vários outros sindicatos e entidades também foram ouvidos pelo Hoje em Dia e todos informaram que nenhuma greve foi deflagrada a partir da meia-noite desta segunda-feira. O temor de uma nova paralisação, assim como ocorreu em maio deste ano, provocou uma verdadeira corrida aos postos da capital. Alguns, por causa da alta demanda, tiveram o estoque zerado durante a manhã. A situação foi normalizada nesta tarde, após o fornecimento por parte dos tanqueiros.
A DR Distribuidora foi procurada pela reportagem, mas não se posicionou sobre o assunto.
Sem apoio
O Sindicato Interestadual dos Caminhoneiros de Minas Gerais, a Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (FETCEMG) e a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) garantiram não ter conhecimento sobre uma possível greve. A única entidade que ameaçou entrar em greve foi a União dos Caminhoneiros do Brasil (UDC). A reportagem tentou, mas não conseguiu nenhum contato com representantes da UDC para comentar sobre o assunto.
Em comunicado que circula nas redes sociais, a UDC informa que paralisaria as atividades, por tempo indeterminado, para chamar atenção do governo federal pelo não estabelecimento e não cumprimento da Lei do Frete. O documento, datado do dia 30 de agosto, informa que a mobilização teria início em 10 dias.
Divergência
O presidente da FETCEMG, Ulisses Martins Cruz, garantiu que não há previsão de greve da categoria. Para ele, a paralisação não passa de um fake news. "Tudo indica que é boato, que trata-se de notícia falsa. Por enquanto, por parte das lideranças dos carreteiros, não houve manifestação de greve".
O Sindicato dos Caminhoneiros também afirmou que não está apoiando a greve. "Representamos os caminhoneiros de todo o Brasil, com exceção do Paraná, e não estamos organizando paralisação", garantiu José Natan. Conforme o presidente da categoria, há uma insatisfação por causa da tabela do frete, que não tem sido cumprida, e também pelo preço do diesel. Por isso, a sindicato protocolou uma pauta para ser discutida com o governo federal.
Corrida aos postos
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) se manifestou sobre a corrida aos postos de gasolina no fim de semana. Segundo o sindicato, a intensa busca por combustível pode, de fato, acelerar a baixa no estoque dos estabelecimentos, “pois, apesar de possuírem estrutura de armazenamento, alguns postos não se prepararam para receber grande demanda em um espaço curto de tempo”. A reposição dos estoques depende de vários fatores de logística, como refinarias, companhias distribuidoras e transportadores, segundo o Minaspetro.
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