Teori afasta Eduardo Cunha do mandato de deputado federal

Estadão Conteúdo
05/05/2016 às 08:11.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:16
 (Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)

(Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)

Lava Jato", da qual ele é alvo.

ao plenário da Corte. Teori é o relator dos processos da "Lava Jato" no STF.

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Veja a íntegra da decisão de Teori Zavascki que afasta Eduardo Cunha da Câmara

não poderia ocupar o comando do País em eventuais afastamentos do titular da Presidência da República.

Waldir Maranhão assume

A Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara informou que o vice-presidente da Casa, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), assume automaticamente a presidência interina da Câmara, após ser notificado pelo STF da decisão. Não haverá, portanto, nenhum ato formal de posse dele no cargo de presidente.

Teori quer levar decisão sobre afastamento ainda hoje ao plenário

O ministro Teori Zavascki pretende levar a decisão sobre o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato para ser referendada pelo plenário da Corte ainda na tarde desta quinta-feira. A decisão de Teori foi assinada nesta madrugada e cumprida no início da manhã.

Os ministros já têm prevista, para a sessão da tarde, uma discussão sobre a permanência de Cunha na presidência da Câmara. A ação, proposta pela Rede Sustentabilidade, alega que o peemedebista está na linha sucessória da Presidência da República e, por ser réu em processo criminal, não poderia ocupar o comando do País em eventuais afastamentos do titular da Presidência da República.

A liminar de Teori, no entanto, foi concedida em outra ação, proposta pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em dezembro do ano passado. No pedido de afastamento de Cunha das funções, Janot lista ao menos 11 eventos que indicam "crimes de natureza grave", com o uso do cargo a favor do deputado, integração de organização criminosa e tentativa de obstrução de investigações criminais. O procurador-geral pede o afastamento de Cunha das funções de deputado federal e, por consequência, da presidência da Câmara - pedido acatado na íntegra por Teori Zavascki.

No início da sessão desta quinta, marcada para as 14h, Teori vai propor que o plenário analise também a sua decisão monocrática que suspende Cunha do exercício do mandato. Se o plenário referendar o decidido por Teori, a determinação passa a ser não apenas do ministro relator, mas sim da Suprema Corte.

Confiante

Na quarta-feira (4), Cunha declarou que estava "absolutamente tranquilo" com o julgamento desta quinta-feira, no STF, da ação da Rede Sustentabilidade pedindo seu afastamento do cargo.

Ele afirmou estar confiante que o STF manterá o entendimento que teve em março, quando a Corte decidiu torná-lo réu na investigação da Operação "Lava Jato". O peemedebista lembrou que, na ocasião, o STF julgou o artigo da Constituição que diz que não se pode exercer a Presidência da República alguém que tenha se tornado réu.

Outro parágrafo do mesmo artigo aponta que ele não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao seu mandato. "Não estou preocupado, acho que a decisão será coerente com a que tiveram até agora", reforçou.
 

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