Teorias da conspiração sobre atentado contra a 'Charlie Hebdo' pipocam na internet

Hoje em Dia
Publicado em 19/01/2015 às 07:56.Atualizado em 18/11/2021 às 05:42.

Uma operação dos serviços secretos, um complô dos meios de comunicação ou contra os muçulmanos? As teorias da conspiração voltaram com força à internet, apenas algumas horas após o atentado contra a revista “Charlie Hebdo”.

Assim como ocorreu com o 11 de setembro de 2001, logo depois que começaram a ser divulgadas as primeiras imagens do atentado contra a revista satírica, no dia 7 de janeiro, a máquina de fabricar rumores começou a funcionar a todo vapor.

Entre os mais divulgados figura a suposição de que os irmãos Kouachi, que mataram 12 pessoas, utilizaram vários veículos, já que em uma imagem aparece um carro com retrovisores brancos perto do local do ataque e depois, quando o carro foi abandonado, mais ao norte, eles eram pretos.

Mas o veículo utilizado pelos jihadistas tinha retrovisores cromados, cuja cor muda em função da luz, explicaram os especialistas.

O documento de identidade perdido por um dos irmãos Kouachi, o telefone mal colocado no gancho no mercado judeu onde Amedy Coulibaly matou quatro pessoas no dia 11 ou o traçado da manifestação em repúdio aos atentados em Paris, que teria desenhado as fronteiras de Israel. Vale tudo para alimentar as teorias mais delirantes.

O ataque contra a revista satírica, sem precedentes, é “um evento que marca uma ruptura da ordem social e política. Há uma necessidade de responder à comoção com interpretações”, explica Emmaneul Taieb, professor de Ciência Política de Lyon (centro) e especialista em teorias da conspiração.

“A leitura dominante que pode ser oferecida pela polícia, pelos políticos e analistas é considerada pobre, decepcionante. É, portanto, eliminada ou questionada em benefício de outra análise mais sedutora, mais inquietante”, indica em relação aos que enxergam em toda parte os Illuminati (suposta sociedade secreta) ou um complô judeu-maçônico.

“Li na internet” é um tipo de argumento muito popular entre as gerações mais jovens, para as quais a web é a principal fonte de informação.
 

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