Teste: Nissan Kicks Sense CVT é opção acertada para quem busca um SUV

Marcelo Jabulas
@mjabulas
03/09/2021 às 08:56.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:48
 (Marcelo Jabulas)

(Marcelo Jabulas)

Hoje, todo mundo quer ter um SUV. Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), 32% dos emplacamentos de janeiro a agosto foram de SUVs. Assim, a cada três automóveis vendidos, um é SUV. O resto se mistura com hatch, sedã, picape, furgão, esportivo e monovolume.

 Mas comprar um SUV não é barato, na verdade é bastante caro, mesmo sendo compacto. Isso porque esse tipo de automóvel se posiciona num degrau acima dos hatches e sedãs de pequeno porte. Apesar de compartilhar quase tudo, têm um lastro devido a demanda e o status proporcionado.

Mas uma opção para quem busca se matricular no doce mundo dos utilitários-esportivos é o Nissan Kicks Sense. Trata-se da versão de entrada do SUV japonês, oferecida com câmbios manual ou automático. Testamos a opção com caixa CVT, com preço inicial de R$ 104.040. Como já foi dito, não é barato, mas abaixo desse valor quase não há opções.

Inclusive, ela é uma das versões mais interessantes desse jipinho. Antes dela, testamos a versão topo de linha, Exclusive com Pack Tech. Essa opção oferece um pacote farto de tecnologias, com assistentes de condução e até mesmo sistema de áudio com alto-falantes no encosto de cabeça.

No Sense, tudo isso é ficção. Ele abre mão desse pacote de modernidades, mas entrega o que é preciso para ter conforto e comodidade. O comportamento do carro é o mesmo, assim como sua experiência ao volante. Talvez, a única percepção é que as rodas aro 16, que absorvem mais irregularidades do que as de aro 17 da versão topo de linha. Mas o amigo teria que ter uma sensibilidade laboratorial para tal. 

No frigir do ovos, é uma economia de R$ 22 mil, que corresponde a cerca de 20% no preço final. Montante que pode aliviar o peso das parcelas no financiamento.


Raio-x Nissan Kicks Sense 1.6

O que é?
SUV compacto, quatro portas e cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na unidade de Resende (RJ).

Quanto custa?
R$ 104.040 

Com quem concorre?
A versão disputa mercado na base dos SUVs compactos. Ela briga com Chery Tiggo 5X, Chevrolet Tracker, Citroën C4, Honda HR-V, Hyundai Creta, Jeep Renegade, Mitsubishi Outlander Sport, Renault Captur e Duster, Peugeot 2008 e Volkswagen T-Cross

No dia a dia
O Kicks é um carro feito para a cidade. Ele se acomoda bem no trânsito e é prático para estacionar (mesmo sem o auxílio da câmera 360 graus, da Exclusive). Mas a principal diferença entre a versão topo de linha e a Sense é sentida no acabamento. 

A qualidade cai drasticamente com uso total de plásticos duros e a ausência de do estofamento em couro. A médio prazo, esse fator poderá se converter em níveis mais elevados de ruído. No entanto, a montagem é ótima.

O pacote de equipamentos também é mais enxuto. A versão inclui multimídia (com conexão Apple CarPlay, Android Auto e câmera de ré), assim como ar-condicionado analógico, vidros, retrovisores, direção elétrica, além do computador de bordo. 

Outro senão da economia está no pacote de segurança. Apesar de contar com controles de tração e estabilidade, assim como seis bolsas infláveis, o SUV abre mão de tecnologias. A versão não oferece frenagem emergencial, alerta de colisão, dentre outros itens. Ele também lança mão do farol de neblina. No lugar das luzes fica o DRL em LED.

Motor e transmissão
A unidade 1.6 16v de 114 cv e 15,5 mkgf faz do Kicks o SUV mais manso do mercado. No entanto, entrega comportamento satisfatório. Por outro lado, a transmissão X-Tronic (CVT) é um caso à parte.<EM>

Apesar do meu desapreço pelas transmissões continuamente variáveis, essa caixa entrega ótimo comportamento e eficiência ao Kicks. Com ajustes rápidos das relações ela otimiza a eficiência em baixa demanda e também busca o máximo de torque [TXT_CARRO]de forma[/TXT_CARRO] quando é exigida ágil. Tudo isso compensa a falta de força do motor.

Como bebe?
Seu consumo com álcool foi de 7,2 km/l na cidade.

Suspensão e freios
Como já foi dito antes, o acerto de suspensão do Kicks é algo notável. O jipinho tem um conjunto que consegue absorver muito bem as irregularidades do asfalto e mantém o carro firme nas curvas, mesmo que seu motor não seja capaz de arrancar fortes suspiros.

O conjunto de freios utiliza discos ventilados à frente e tambor atrás, mas poderia vir com disco nas quatro rodas para facilitar a frenagem. Ele ainda conta com controles de estabilidade (ESP) e tração, além de assistente de partida em rampa.

Palavra final
O Kicks Sense CVT é a opção para o consumidor que busca um SUV, mas não dá conta de acompanhar a escalada de preços. É um carro que já rompeu a barreira dos R$ 100 mil, mas ainda se mantém abaixo dos R$ 110.

Apesar da falta de conteúdo, ele entrega o status que o consumidor de um SUV busca. Mesmo que por dentro seja espartano, visto de fora ele deixa a “sua grama” mais verde que a do vizinho.

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