Tudo bem combinado: escolher o vinho certo faz a diferença ao apreciar um bom corte de carne

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
21/01/2018 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:50
 (Fotos Pinterest e Divulgação)

(Fotos Pinterest e Divulgação)

Acompanhamentos preferidos do brasileiro para um bom churrasco, a caipirinha e a cerveja vêm, aos poucos, dividindo espaço com o vinho, tinto – mais comum na parceria com as carnes vermelhas – branco ou rosé. Par ideal dos queijos, eles também podem ser harmonizados com cortes gordurosos, bem temperados ou de sabor suave. Aprender a identificar a acidez e os taninos presentes na uva é o primeiro passo para fazer o casamento perfeito. 

“Amigas” da harmonização com a bebida, as características são responsáveis por equilibrar, escondendo ou ressaltando, a gordura e o sal presentes nas carnes, ensina a sommelier da Evino, adega virtual, Lana Ruff. Por esse motivo, segundo ela, é fundamental conhecer os principais aspectos da bebida. Do contrário, tanto um quanto outro podem desagradar. 

“Ambos (sal e gordura) combinam com o amargor que existe naturalmente nos taninos dos vinhos tintos. Já a acidez, ajuda a ‘cortar’ as moléculas de gordura de carnes como picanha e alcatra no palato”, detalha.

Na boca

Para identificar as características, é simples: sentida nas laterais da língua, a acidez é responsável por deixar na boca uma sensação de frescor. A forma mais fácil de percebê-la é notando a quantidade de saliva produzida. Nem muito nem pouco. Vinhos jovens geralmente são melhores nesse sentido. 

Taninos, por sua vez, promovem sensação adstringente, como a que sentimos ao comer uma banana verde, compara o instrutor da Casa Rio Verde, em Belo Horizonte, Renato Vinhal. “São sentidos no canto e no fundo da língua e ‘secam’ o céu da boca”, completa, apontando o cabernet sauvignon como o mais tânico dos rótulos.

Naturalmente mais leves e muitas vezes encarados como “vinhos de piscina”, os brancos também aceitam combinações fora do tradicional peixe e frango, podendo ser combinados, inclusive, com cortes vermelhos. Nesse caso, os recomendados são os que passaram por barrica, pois as transformações micro-biológicas que sofrem em contato com a madeira dão a eles mais estrutura, explica a sommelier Lana Ruff. 

“Brancos leves demais não vão harmonizar, pois o sabor da carne vai se sobrepor ao da bebida. A ideia é sempre equilibrar, preservando o que há de melhor em um e no outro”, completa o instrutor de vinhos da Casa Rio Verde, lembrando que uma escolha errada pode prejudicar completamente a refeição. 

“Ao tomar um vinho com mais tanino acompanhando um prato bem salgado a sensação será de secura na boca, combinação que não dá certo. A impressão que ficará, provavelmente, será a de que o vinho tem má qualidade”, argumenta Vinhal. 

Conheça as particularidades de alguns dos principais vinhos tintos e brancos e saiba com o que combiná-los.

Veja na ilustração abaixo. Editoria de Arte

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