Joinville, ao norte de Santa Catarina e a maior cidade do estado, é conhecida pela força industrial e qualidade de vida. Mas, cada vez mais, a cidade também se destaca como um dos principais polos culturais do Brasil - e com reconhecimento internacional. Três instituições formam os pilares dessa vocação: o Musicarium Academia Filarmônica Brasileira, a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil e o Instituto Festival de Dança de Joinville. Juntas, elas não apenas revelam talentos, mas também transformam vidas e consolidam a cidade como referência em formação artística e turismo cultural.

"Joinville respira dança durante o mês de julho, mas o nosso propósito é que ela esteja presente o ano inteiro, com espaços como o Museu da Dança e projetos como o Juarez em Dança, em que as companhias e escolas de Joinville podem pleitear datas na agenda do Teatro Juarez Machado para realizarem apresentações sem precisarem pagar pelo espaço, e ainda recebem estrutura completa de sonorização e iluminação. É uma forma de fomentar a produção artística e garantir a programação anual", afirma Ely Diniz, presidente do Instituto Festival de Dança de Joinville, responsável pela realização do maior festival de dança do mundo em número de participantes, registrado no Guinness Book.

O Festival colaborou para transformar a imagem da cidade: de polo industrial para cidade criativa, que inspira e movimenta toda a cadeia das artes cênicas, reúne milhares de bailarinos e coreógrafos de diversas partes do Brasil e do exterior, promove intercâmbios, mostras competitivas e espetáculos com curadoria artística de excelência.

"Tudo precisa ser muito bem organizado durante os 11 meses que antecedem o Festival de Dança, e é isso que acontece. Na segunda-feira seguinte ao encerramento da edição já estamos iniciando os trabalhos para o próximo ano. Para isso, temos uma equipe técnica muito bem preparada e contamos com um conselho de consultores formado por alguns dos profissionais mais renomados da dança no Brasil", conta Ely. Em 2025, o evento acontece de 21 de julho a 2 de agosto e, pela primeira vez, incluirá uma mostra competitiva de teatro musical.

Joinville dança e toca para o mundo

A dança também encontra morada em Joinville na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, fundada em 2000 como a única filial internacional da renomada companhia russa. "Todos os alunos estudam com bolsas integrais, com acesso gratuito à alimentação, transporte, assistência médica e material pedagógico. Isso permite que jovens de qualquer realidade socioeconômica possam se dedicar à dança com excelência", destaca Valdir Steglich, presidente da instituição. A escola que segue fielmente o método Vaganova, já formou quase 500 bailarinos, muitos deles atuando em companhias internacionais como o New York City Ballet, o Staatsballett Berlin e o Dance Theatre of Harlem.

De acordo com Steglich, a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil está se preparando para ampliar ainda mais sua presença nos palcos, com a realização de mais apresentações e turnês, inclusive em cenários internacionais. "Nosso objetivo é levar a arte e a excelência da formação Bolshoi a novos públicos, fortalecendo a atuação da escola não só como centro de ensino, mas também como referência em espetáculos de qualidade no Brasil e no exterior", revela.

Na música erudita, o destaque é o Musicarium, que vem revolucionando a formação orquestral no Brasil. "Oferecemos ensino gratuito e de alto nível para crianças e jovens, a maioria oriundos da rede pública. É uma formação que alia excelência técnica ao desenvolvimento humano, com base no trabalho em conjunto", explica Sergio Tadashi Ogawa, diretor-presidente da instituição. Em outubro de 2024, a orquestra do Musicarium realizou sua primeira turnê internacional, com apresentações na Suíça, Alemanha e Holanda, e no projeto futuro estão turnês nos Estados Unidos e Japão. "Cada concerto é uma oportunidade de mostrar, ao vivo, como o investimento em educação e cultura gera transformação real. Em paralelo, seguimos avançando no diálogo com instituições internacionais. A projeção internacional é um caminho natural e estamos nos preparando para trilhá-lo com responsabilidade, representando de forma digna nosso país.", explica Ogawa.

Em breve, a nova sede deve ampliar ainda mais esse alcance: um moderno campus com capacidade para 500 alunos e uma sala de concertos para 900 pessoas já está em construção. A meta é inaugurar, até 2030, a primeira orquestra filarmônica profissional de Santa Catarina.

A atuação dessas três instituições reforça o protagonismo de Joinville como cidade que investe na cultura com propósito, inclusão e excelência. Seja nas salas de aula, nos palcos ou nos bastidores, a arte ocupa espaço central na vida local, formando não apenas artistas - mas cidadãos mais conscientes e preparados.

Confira a agenda cultural da cidade neste segundo semestre:

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

*Diretor Executivo da Assimptur

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