Um pouco do rio São Francisco em Belo Horizonte

Raquel Ramos
16/05/2012 às 18:53.
Atualizado em 21/11/2021 às 22:52
 (CRISTIANO COUTO)

(CRISTIANO COUTO)

Poucas pessoas tiveram a oportunidade de conhecer, de perto, toda a grandiosidade do rio São Francisco. Os quase 3 mil quilômetros de extensão do curso d’água passa por cinco estados brasileiros e atravessa biomas de mata atlântica, caatinga e cerrado. Em março, porém, fez dois anos que o aquário da Bacia do Rio São Francisco, localizado no jardim zoológico de Belo Horizonte, aproxima pessoas de um dos maiores rios do Brasil.

A visão de peixes de variadas espécies nadando entre areia, pedras, cascalho e plantas aquáticas dá a impressão de realmente se tratar do fundo do Velho Chico. E é esse o objetivo do cenário dos 22 tanques que fazem parte do aquário.

“Com essa riqueza de detalhes, tentamos reproduzir em cada tanque o ambiente natural onde o peixe vive”, afirma o presidente da Fundação Zoo-Botânica, Evandro Xavier. Ele diz que alguns dos elementos do recinto foram feitos com peças moldadas em resina e fibra de vidro, pintadas com tinta especial.

Há pouco tempo, o aquário alcançou a capacidade prevista de peixes. “Os últimos que chegaram foram cinco pirás-tamanduá e dois surubins. Com eles, atingimos a marca de 1.400 peixes, de 60 espécies diferentes”. Pirambeba, piau-três-pintas, mandi amarelo, cascudo, dourado e matrinxã também estão em exposição.

A flora encontrada ao longo do percurso do São Fran-cisco está representada por meio da mata ciliar que protege o curso d’água. Além disso, uma réplica da Serra da Canastra revela o lugar onde nasce o Velho Chico.

Xavier adianta que, nos próximos dias, o aquário colocará em exposição uma réplica do Benjamim Guimarães, única embarcação a vapor que permanece em funcionamento no mundo. Ela foi construída em 1913 para fazer viagens ao longo do rio São Francisco.

Com olhar curioso, as primas Luna Letícia Ferreira, de 5 anos, e Ludmila Vitória Borges do Nascimento, de 7, fizeram, nesta sexta-feira, a primeira visita ao aquário. Essa foi também a primeira vez em que ouviram falar sobre o rio São Francisco.

Enquanto Ludmila gostou mais do recinto onde estavam as piranhas, Luna se surpreendeu com o tanque que abrigava grandes peixes. “Não sabia que existia peixe desse tamanho. Achei que eram todos pequenos”, disse a garota, que se referia ao dourado, um dos símbolos do Velho Chico.

Muito mais que um passeio, o aquário é a chance de se trabalhar a educação ambiental. “Queremos sensibilizar os visitantes sobre a urgência de se preservar o rio. A destruição da mata ciliar, o lançamento de esgoto in natura no curso e a pescaria predatória estão causando grande destruição e perda de biodiversidade”, alerta Xavier.

O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Geraldo José dos Santos, tem a mesma opinião. “Vejo o aquário como uma esperança. Por meio dele, muita gente tem a oportunidade de conhecer as riquezas do rio e adquirir conhecimento sobre a importância de preservá-lo”.

O aquário fica na avenida Doutor Otacílio Negrão de Lima, 8.000, na Pampulha. Está aberto ao público de terça-feira a domingo, das 8 às 17 horas. A entrada custa R$ 5.

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