Monstro aos 40

Apresentado no Salão de Genebra de 1984, Ferrari 288 GTO uniu passado e futuro

Projeto do 288 GTO foi desenvolvido a partir do 308.

Marcelo Jabulas
@mjabulas
Publicado em 05/05/2024 às 13:30.
Ferrari 288 GTO era uma criatura indomável, que resgatou a essência da marca do comendador Enzo (Divulgação)

Ferrari 288 GTO era uma criatura indomável, que resgatou a essência da marca do comendador Enzo (Divulgação)

O comendador Enzo Ferrari nunca foi fã de vender carros. Seu negócio eram as corridas. Ele fabricava carros de rua para bancar os carros vermelhos que iam para as pistas. 

Na década de 1980, Enzo andava descontente com seus carros de rua, que tinham se tornado bibelôs de endinheirados. O comendador queria um carro de corridas travestido de carro de rua. Foi quando nasceu o projeto do 288 GTO. 

O modelo foi desenvolvido a partir do 308. A Ferrari aplicou no modelo o que tinha aprendido com os motores turbo da Fórmula 1. Os engenheiros levaram para Enzo um bloco V8 biturbo 2.9 de 400 cv e 50 kgfm de torque. O bloco contava com dois grandes resfriadores para compactar o ar coletado pelas turbinas e entrar mais denso nas câmaras de combustão. 

O resultado era um carro de acelerações brutais. Sua aceleração de 0 a 100 km/h é de 5,0 segundos. A velocidade máxima atingida foi de 304 km//h. Há 40 anos eram números de desempenho surpreendentes. O velho italiano sorriu.

Como deveria ser, o 288 GTO era um carro espartano. Por dentro, apenas a instrumentação necessária. Nada de rádio e demais penduricalhos. O resultado é um supercarro de 1.160 kg, o peso do Fiat Argo.

Visualmente, se diferenciava do 308 pelos faróis quádruplos e o spoiler frontal. Os faróis escamoteáveis foram mantidos. A caixa de cinco marchas, com grelha exposta, demandava acionamento por uma pesada embreagem. 

Era o carro que Enzo queria, um bólido indomável, que exigia braço, destratava os ocupantes. Um carro de corridas e não um carro de desfile de endinheirados. 

O 288 GTO foi apresentado no Salão de Genebra de 1984 e ficou em produção até 1987, com raríssimas 272 unidades fabricadas. O esportivo resgatou a essência do 255 GTO, de 1962 e abriu caminho para o fabuloso F40 e seus sucessores, F50, Enzo e LaFerrari.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por