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Bugatti Type 59 marcou época e ainda hoje faz história

Marcelo Jabulas
@mjabulas
Publicado em 11/06/2022 às 13:17.
 (Bugatti/Divulgação)

(Bugatti/Divulgação)

Quando se fala em Bugatti, não há como driblar a imagem dos caríssimos Veyron e Chiron que vem à mente. Mas muito antes desses bólidos com mais de 1.000 cv escalarem o olimpo da indústria do automóvel, a marca franco-italiana já era tudo isso que conhecemos hoje e o Type 59 é um dos exemplos mais emblemáticos. 

A Bugatti foi fundada pelo italiano Ettore Bugatti em 1909, na cidade francesa de Molsheim, na Alsácia, (que na época integrava o território do Império Alemão). Rapidamente os carros ganharam fama devido ao alto nível de acabamento, design e mecânica. 

Ao fim da Primeira Guerra Mundial, a Alsácia foi integrada ao território francês e no início dos anos 1920, Ettore passou a investir em carros de corrida. Nos anos 1930, os Grandes Prêmios se tornaram uma febre na Europa.

Marcas como Mercedes-Benz, Auto Union (Audi), Alfa-Romeo e a Bugatti fizeram seus nomes nesse período. O Type 59 era o terceiro de uma linhagem de bipostos (dois lugares) de corridas que teve cinco unidades construídas.

Motor

Os carros eram equipados com motor oito cilindros em linha de 3.3 litros, auxiliado por um compressor mecânico, que rendia 250 cv, herdado do luxuoso cupê Type 57. Com apenas 750 quilos, era mais leve que o Type 54. No entanto, tinha menos potência. Mesmo assim, foi capaz de conseguir boas posições na temporada de 1934. 

Mas Ettore não ficou satisfeito com o desempenho do quarteto e colocou os carros à venda. Uma unidade ficou na fábrica e recebeu faróis, para-lamas de motocicleta, além de ajustes no conjunto mecânico.

O time de engenharia da Bugatti removeu o compressor, adicionou novas bombas de óleo e trocou a transmissão por uma caixa de quatro marchas. Apesar de ter se tornado um carro de turismo, ele ainda participou de corridas até 1937.

Troca de mãos

Perto da aposentadoria, Ettore mandou pintar o Type 59 de preto com faixas amarelas e o vendeu para o rei Leopoldo III, da Bélgica. Naquela época os carros tinham pinturas que identificavam a nacionalidade. Prata para os alemães, vermelho para os italianos, verde aos britânicos e azul para o franceses.

O preto era um agrado ao monarca, que gostava da tonalidade. Já a faixa amarela remetia à cor dos carros de corridas belgas. Depois do monarca, o raríssimo Type 59 trocou de mãos diversas vezes e passou por processos de restauração, mas mantendo detalhes e marcas de desgaste da época. 

Hoje, com quase 90 anos, o Type 59 roda como em 1933 e ainda é capaz de levar seus seletos condutores numa viagem no tempo com vento no rosto. É a materialização de tudo que a Bugatti significa.

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