(Divulgação)
Carros de alta performance não foram feitos para ficar em engarrafamentos ou disputando vagas em supermercados. Eles foram feitos para serem livres, de preferência em um autódromo.
E foi o que fizemos com o novíssimo Toyota GR Corolla. Fomos até o autódromo de Interlagos, em São Paulo, para ver do que é capaz o anabolizado hatch japonês.
E o carro impressiona! Esse esportivo que tem preços de R$ 417 mil, ou R$ 462 mil na versão Circuit (que tem teto em fibra de carbono) chegou para mostrar que a Toyota não perdeu a veia competitiva.
A marca fez história nas competições off-road, no Mundial de Rali (WRC), assim como nas 24 Horas de Le Mans. Até na Fórmula 1 já se aventurou. Mas desde o início dos anos 2000 a Toyota deixou de apostar em esportivos e se concentrou em carros de volume.
No Brasil, ela sempre foi referência em picapes, com a Hilux, e sedãs, com o Corolla. Mas sempre faltou um pouco mais de tempero. Faltava, pois o GR Corolla chegou para despejar Wasabi no ventilador.
O carro foi projetado sob supervisão do CEO mundial da marca, Akio Toyoda. Ele é neto do fundador da Toyota e queria combinar a esportividade com seu maior sucesso de vendas.
E o GR Corolla é um carro abissal. Ele aproveita a carroceria original, mas ganhou quase 350 pontos de solda extras, um motor três cilindros 1.6 turbo de 304 cv e 37 kgfm de torque, tração integral (com seletor de distribuição de torque por eixo) e caixa manual de seis marchas.
Ou seja, um carro esporte purista, que permite desabilitar funções eletrônicas para quem busca o máximo de liberdade na hora de testar suas habilidades. E fomos descobrir se o japonês era todo esse Jaspion mesmo.
Ao se acomodar no GR Corolla, a primeira coisa que chama atenção é que se trata de um carro fácil de embarcar. Como ele tem a mesma carroceria e plataforma das demais versões da atual geração, não existem contorcionismos para se posicionar ao volante.
Mas os bancos são esportivos, com laterais generosas e que abraçam o motorista (piloto). Eles realmente te seguram na hora de mergulhar numa curva e conferir se a suspensão independente nas quatro rodas tem firmeza para manter a tangência sem vacilar.
O painel digital não tem grafismos e animações. Ele até se parece com a tela de um videogame, com as informações de leitura. O velocímetro é diminuto. Ao centro, o grande indicador de marcha. Acima dele a barra do conta-giros. E na extremidade a direita o monitor de pressão da turbina.
Esses elementos exagerados servem para o condutor se orientar para as trocas apenas com a visão periférica, sem tirar os olhos da pista. E quando se estica demais a marcha, uma luz laranja pisca forte indicando que ele está perto do limite.
O motor enche muito rápido, graças à pressão da turbina. Os freios com discos de 14 polegadas (no eixo dianteiro) garantem reduzir de 180 km/h para baixo dos 70 km/h com facilidade. Ele permite reduzir em cima para fazer o punta taco e sair alucinado de uma curva.
O ruído é uma delícia e a estabilidade desse Corolla impressiona, mesmo quando se faz a tangência errada, ele sempre tem espaço para uma saída sem correções dramáticas.
Não posso dizer como foi meu tempo de prova. Mas certamente de todas as vezes que andei em Interlagos, nenhuma foi tão divertida.
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