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Conferimos o Toyota Corolla Cross XRE 2.0, que é quase tão bom quanto o sedã

Marcelo Jabulas
@mjabulas
02/04/2022 às 06:00.
Atualizado em 02/04/2022 às 11:10
 (Marcelo Jabulas)

(Marcelo Jabulas)

O Toyota Corolla Cross chegou no primeiro semestre de 2021 para colocar a marca no segmento de SUVs médios. Nicho este que ela mesmo definiu nos anos 1990, com a primeira geração do RAV4. Não demorou muito para o modelo cair no gosto do consumidor, fechando o ano com mais de 34 mil unidades emplacadas e quase superando o sedã Corolla, que fechou o período com 41 mil licenciamentos, segundo a Fenabrave.

Nos dois primeiros meses de 2022, o Corolla Cross já superou o irmão de três volumes. Prova de que o apelo comercial de um SUV é muito maior que de um sedã, mesmo que o Corolla seja tecnicamente superior que o utilitário. Afinal tem suspensão independente nas quatro rodas e não comete pecados como o desengonçado de freio de estacionamento de pedal e o medonho abafador de escapamento à mostra.

Conferimos a versão XRE 2.0. Ao volante do Corolla Cross, o SUV se mostra tão satisfatório quanto o sedã. Pessoalmente preciso qualquer sedã a um SUV, mas se o universo conspira a favor dos utilitários, o jeito é explorar seus predicados.

O modelo não tem altura elevada do solo e gosta de raspar nas saídas de rampa. Se tivesse um para-choque que tapasse o escapamento, certamente ficaria preso num quebra-molas. 

Mas é um carro agradável. Não é esportivo e nem passional. Você não tem vontade de acelerar esse carro como se faz com o Taos ou com o Compass turbo. 

Mas é confortável e estável. Percepções que já fizeram dele um sucesso de vendas. Isso combinado com o lastro da marca.

Raio-x Toyota Corolla Cross XRE 2.0

O que é?
SUV médio de cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na unidade de Sorocaba (SP).

Quanto custa?
R$ 173.089

Com quem concorre?
O Corolla Cross concorre no segmento de SUVs médios, em que figuram modelos como Chery Tiggo 7, Chevrolet Equinox, Jeep Compass, Mitsubishi Outlander Sport e Volkswagen Taos.

No dia a dia
Quando testamos o Corolla Cross híbrido, era notável como o SUV se parecia com o sedã em termos de comportamento. Estável, silencioso e macio. A versão 2.0 não difere em quase nada, a não ser pela falta do torque imediato do motor elétrico. 

No uso cotidiano, esse SUV oferece comodidade e praticidade. Ele entrega boa visibilidade e agilidade na cidade e também na estrada. Por dentro, o espaço e generoso para quatro adultos. O acabamento também agrada. E até mesmo o inexplicável freio de estacionamento de pedal não chega a ser um grande incômodo. Na primeira experiência com o híbrido, era estranho conviver com ele, mas da segunda vez, deixou de ser problema.

O pacote de conteúdos oferece direção elétrica, ar-condicionado digital de duas zonas, multimídia (com Android Auto, Apple CarPlay, Bluetooth e câmera de ré), bancos revestidos em couro, banco do motorista com ajuste elétrico, retrovisores elétricos com rebatimento automático, sete airbags, rodas aro 18 e faróis de neblina. 

O pacote de assistências de condução é farto, com controle de cruzeiro adaptativo (ACC), monitor permanência de faixa, frenagem automática, alerta de colisão. 

Motor e transmissão 
O SUV é equipado com motor 2.0 de 177 cv e 21,4 kgfm de torque. Apesar da boa oferta de potência, está longe de ser o mais forte do mercado, ficando atrás de rivais como Compass, Taos e Tiggo 7. A transmissão é do tipo CVT, com emulação para 10 velocidades. Apesar de permitir trocas manuais, o modo automático é sempre mais preciso e eficiente que os dedos do motorista nas borboletas. 

Como bebe?
Abastecido com etanol a média em trajeto urbano foi de 6,2 km/l, enquanto o rodoviário não foi além dos 10,9 km/l.

Suspensão e freios
Ao contrário do sedã, o Corolla Cross não oferece suspensão independente nas quatro rodas. Ele utiliza McPherson na frente e eixo rígido na traseira. Por ser um SUV, o conjunto mais espartano na traseira pode se mostrar mais resistente, mas compromete o conforto. 

Ainda sim, o ajuste é bom e oferece bom comportamento dinâmico, principalmente nas curvas. Só não se empolgue com as aventuras fora do asfalto, pois ele baixinho (com 16,1 cm de vão livre) e raspa com facilidades em lombadas. Na terra piora. Já os freios utilizam discos ventilados na frente e sólidos na traseira e contam com assistente de partida em rampa (Hill Holder).

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