Atenção e adrenalina

De ajustes no carro a definição de estratégias: saiba como trabalha um chefe de equipe de corrida

Pedro Faria*
pfaria@hojeemdia.com.br
30/04/2023 às 13:18.
Atualizado em 30/04/2023 às 14:19
Engenheiro de pista Marcelo Muniz Ferreira, chefe da equipe R9 Competições (Pedro Faria/Hoje em Dia)

Engenheiro de pista Marcelo Muniz Ferreira, chefe da equipe R9 Competições (Pedro Faria/Hoje em Dia)

Definir a estratégia para uma corrida, fazer acertos no caminhão e até trabalhar como um "psicólogo" para acalmar o piloto. Estas são apenas algumas das várias funções que o chefe de uma equipe de corrida tem durante o fim de semana de provas. 

O Hoje em Dia está em Interlagos, São Paulo, acompanhando a segunda etapa da Copa Truck e bateu um papo com o engenheiro de pista Marcelo Muniz Ferreira, chefe da equipe R9 Competições. É ele quem ajuda o piloto Felipe Giaffone a guiar o caminhão durante o fim de semana.

O automobilismo é negócio de família para Marcelo. No mercado desde a década de 80, o engenheiro já passou por várias equipes e funções até chegar na atual. O trabalho começa na sexta-feira, ainda dentro dos boxes, em reuniões com os outros mecânicos. O chefe conversa com o piloto e tenta entender qual o melhor acerto para o veículo. 

Bastidores da segunda etapa da Copa Truck (Pedro Faria/Hoje em Dia)

Bastidores da segunda etapa da Copa Truck (Pedro Faria/Hoje em Dia)

Os acertos podem ser feitos de várias maneiras: ajustes na suspensão, quantidade de combustível, questões aerodinâmicas e, até mesmo, a pressão dos pneus. Tudo isso pode afetar a performance do caminhão durante a prova.

"Vamos evoluindo ao longo do fim de semana. O que manda no carro é a sintonia entre o piloto e o engenheiro”, conta Marcelo.

No sábado (29), o Hoje em Dia teve a oportunidade de ouvir o rádio da equipe durante a etapa de classificação. Entre dúvidas e informações, existe um tempo para a descontração entre o engenheiro e o piloto.

“Eu tento ser diferente. Enquanto não começa,brincamos muito, pra dar uma quebrada antes da corrida. Durante a corrida tentamos fazer os ajustes e eu dou toques pra ele aonde ele tá bem na pista e onde precisa melhorar”, explicou.

Mas o trabalho importante é após o caminhão ficar alinhado no grid de largada e as luzes vermelhas se apagarem. Além de entender o que acontece com o veículo, Marcelo precisa estar atento às estratégias dos adversários. Conta que a experiência adquirida com os anos ajuda a ficar mais calmo nas situações de mais pressão.

“Com o tempo, você identifica vários pontos fortes e fracos dos adversários. Converso muito com meu piloto, para entender onde estamos bem e mal. Vou ajudando como posso, falo para ele onde errou em uma volta, se precisa tirar o pé ou pressionar mais. É difícil mas muito prazeroso”, finalizou.

*Repórter viajou a convite da CBMM

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