Comando Delta

Em 1992, Lancia lançava a última edição da geração de ouro do Delta

Marcelo Jabulas
@mjabulas
Publicado em 23/02/2022 às 09:47.

Há carros e carros na indústria do automóvel. Alguns passam despercebidos, outros atraem os olhos pela sofisticação. Há também aqueles que se destacam pelos números de produção e outros por um atributo bem mais complexo: o currículo.

E a ficha do Lancia Delta é uma das mais bem-sucedidas da história do esporte a motor. O Delta faturou quatro títulos de pilotos no Mundial de Rali (WRC), sendo três consecutivos, além de 46 vitórias na categoria. 

Nenhum outro carro italiano foi tão expressivo como esse Lancia, nem mesmo seus antecessores desenhados para as trilhas como o Stratos e 037. A fama do Delta era tamanha no início dos anos 1990 que o carro foi protagonista do game de fliperama “Sega Rally” (1994), em que o Delta HF duelava com o Toyota Celica, que também colecionou outros quatro títulos de pilotos.

Mas os dias do Delta estavam contados. Afinal, o hatch desenhado por Giorgetto Giugiaro já estava em linha desde 1979. Era preciso mudar.

Mas antes da aposentadoria da vitoriosa geração, a marca lançou o Delta Integrale Evoluzione, que foi a versão de rua mais nervosa do compacto. O carro foi apresentado no Salão de Frankfurt de 1991 e seguia o pacote da versão que iria disputar as provas de rali do ano seguinte. 
Esse carro foi equipado com motor turbo Fiat Twin Cam 2.0 16v de 210 cv e 31 kgfm de torque, combinado com transmissão manual de cinco marchas e tração integral (como o nome já denunciava). 

O Delta Integrale Evo era capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos e atingir máxima de 220 km/h, o que era espantoso para um hatch compacto no início dos anos 1990.

Seu estilo, apesar das linhas envelhecidas da carroceria, ainda assim chamavam atenção. Principalmente pelos para-lamas alargados, as rodas de liga leve aro 16, o para-choque redesenhado e com lanternas integradas (como o Audi 80), os faróis duplos redondos e as saídas de ar no capô. Na traseira, o destaque ficava para os braços das suspensão independente à mostra.

A segunda geração chegou em 1994, montado sobre a base do Fiat Tipo. Foi um banho de água fria para o vitorioso Delta.

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