RELEITURA

Ferrari SC40: homenagem moderna à F40 em peça única

Modelo com apenas um exemplar é derivado da 296 GTB, mas com linhas inspiradas no último grande carro aprovado pelo comendador Enzo

Marcelo Jabulas
Publicado em 29/10/2025 às 17:47.
 (Foto: Ferrari/Divulgação)
(Foto: Ferrari/Divulgação)

Ter uma Ferrari não é para qualquer um. Possuir um exemplar da icônica F40, então, se tornou quase impossível. Mas se você for um cliente especial pode encomendar uma releitura de um dos carros mais fascinantes já construídos.

E foi isso que um “freguês” de muito prestígio fez. A Ferrari acaba de apresentar a SC40, um modelo único criado por meio do programa “Special Projects”, divisão da marca italiana voltada à produção de veículos sob medida para clientes selecionados. 

A sigla faz referência direta ao bólido lançado em 1987, um dos modelos mais emblemáticos da história da fabricante. O novo carro não é uma reedição literal, mas uma releitura contemporânea de seu espírito, reinterpretando suas linhas com soluções técnicas e aerodinâmicas da era híbrida.

Desenvolvido pelo Centro de Estilo Ferrari, sob a direção de Flavio Manzoni, o SC40 tem proporções e detalhes que remetem à F40: traseira com asa fixa, formas geométricas e superfícies limpas. 

A dianteira é baixa e larga, com entradas de ar amplas e faróis compactos, enquanto as laterais trazem dutos inspirados nos antigos NACA. O resultado é uma carroceria que equilibra nostalgia e avanço técnico, feita com compósitos de fibra de carbono e inspirada nas soluções de leveza do carro que celebra.

A base mecânica é derivada da 296 GTB, um dos modelos mais avançados do portfólio atual. O conjunto combina um motor V6 biturbo de 3.0 em posição central-traseira, a um motor elétrico que, juntos, entregam cerca de 830 cv de potência total. O câmbio é automatizado de dupla embreagem e oito marchas, transmitindo a força às rodas traseiras. O peso seco fica em torno de 1.550 kg, com distribuição de 41,5% na dianteira e 58,5% na traseira, índice que favorece o comportamento dinâmico.

Segundo dados da fabricante, o SC40 acelera de 0 a 100 km/h em aproximadamente 2,9 s e ultrapassa 330 km/h de velocidade máxima. O desempenho se iguala ao de modelos de série mais recentes da marca, mas o propósito é diferente: mais do que números, o SC40 é uma ode à própria marca.

Por dentro, o interior exibe acabamento em fibra de carbono aparente, revestimentos em Alcântara e tecido Jacquard vermelho. Os bancos concha seguem o padrão das competições, e todos os comandos foram posicionados com foco no condutor. Nenhum outro exemplar será produzido, o que reforça seu caráter de peça de coleção.

O SC40 confirma a estratégia da Ferrari de preservar sua tradição de exclusividade ao mesmo tempo em que adota soluções técnicas compatíveis com o futuro elétrico. Ela, assim como outros fabricantes europeus, recorrem ao legado histórico para quebrar as barreiras da transição energética. 

O modelo não é apenas uma homenagem à F40, mas uma ponte entre duas épocas: o passado analógico e o presente híbrido de alto desempenho. Coisas que só Maranello tem estofo para fazer.

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