Eletrizante aos 70

Fomos aos EUA guiar o Corvette híbrido

Chevrolet Corvette E-Ray é a segunda revolução da atual geração do ícone da General Motors

Marcelo Jabulas
Publicado em 14/06/2025 às 15:34.
 (Marcelo Jabulas)
(Marcelo Jabulas)

DETROIT (EUA) - Se existe um automóvel emblemático na indústria norte-americana, este carro é o Chevrolet Corvette. Lançado em 1953, o esportivo foi um divisor de águas na forma de se fabricar automóveis na terra do Tio Sam.

O Corvette chegou há 72 anos para concorrer com esportivos europeus de marcas como as britânicas Jaguar, MG, AC, assim como o novato Porsche 356. A premissa era ser leve.

Assim, o Vette nasceu com carroceria em fibra de vidro, algo revolucionário para a época. Ao longo de oito gerações o Corvette passou por transformações, mas sem perder a identidade. 

A atual geração marcou a transferência do motor V8 “Small Block” para a posição central traseira. Isso mesmo, assim como nas Ferrari V8 vendidas nos EUA há mais de 50 anos.

A razão era simples, o Corvette precisa se tornar um carro capaz de entregar a performance de uma Ferrari, com o preço de um Chevrolet. Claro que não é um carro barato, mas bem mais acessível que um exemplar de Maranello.

E a segunda revolução do Corvette C8 (oitava geração) foi a adoção de sistema híbrido e uma inédita e quase pecaminosa tração integral na versão E-Ray. Ele ganhou um motor elétrico, alimentado por uma pequena bateria de 1,9 kWh que traciona as rodas dianteiras.

Seu funcionamento é sob demanda e com foco na redução de combustível e atingir metas de emissões. Atrás do banco do motorista um intempestivo V8 6.2 litros de 655 cv.

E fomos lá, em Detroit: a cidade dos motores, para conferir como a “arraia eletrificada” se comporta. E o que vimos foi surpreendente.

Para acomodar o motor na nova posição, o Vette precisou encurtar a seção frontal e alongar a distância entre-eixos. Mas o carro é lindíssimo e tem aquele jeitão de carro italiano, mas sem perder a essência de um Chevrolet.

A frente bicuda é uma herança que vem da terceira geração. As lanternas duplas estão no Vette desde 1963, quando chegou a geração C2.

Por dentro, o motorista está envolto numa espécie de cockpit. Tudo está direcionado para o motorista. O console elevado e o volante quase quadrado dão a impressão de estarmos num avião, ou carro de corridas. 

Ao dar a partida, temos a plena certeza de que estamos a bordo de uma nave prestes a decolar. O Small Block ruge de forma ensurdecedora para dizer que acordou. Em seguida, em marcha lenta, ele te lembra que é um legítimo V8 americano.

Mas basta provocar para que a aceleração se mostre imediata. O carro ganha velocidade de forma impressionante, mesmo com o velocímetro em milhas por hora, o que nos leva a fazer a conversão para quilômetros, em segundos nos deparamos com o carro a mais de 160 km/h.
Mas nos Estados Unidos não dá para fazer gracinha ou tentar a sorte. Num instante pode surgir uma viatura policial e a breve delinquência do Corvette se transformar numa grande dor de cabeça.

Assim, as acelerações tinham que ser comedidas. Num trechinho limpo, por alguns segundos, apenas para ouvir o V8 fungando no cangote. Mas seja como for, guiar um carro com motor traseiro é sempre uma experiência visceral. 

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