DO VELHO AO NOVO

Fomos até a Itália conhecer o sucessor do Fiat Argo

Fiat Grande Panda é a base do sucessor do Argo e também de outros quatro modelos que a Fiat irá lançar no Brasil até 2030

Marcelo Jabulas
Publicado em 21/09/2025 às 16:07.
 (Foto: Leo Lara/Fiat/Divulgação)
(Foto: Leo Lara/Fiat/Divulgação)

TURIM (ITÁLIA) – Depois de oito anos o Fiat Argo já cumpriu com sua missão. O modelo serviu de ponto de partida para uma gama completa de produtos, como Cronos, Pulse, Fastback e até mesmo a picape Strada. 

Mas chegou o momento de uma renovação completa, pois o hatch já não tem o apelo de outrora, num mercado seduzido por SUVs de todos os tamanhos e preços. Além disso, o Argo e seus irmãos também destoam dos demais compactos da Stellantis, que utilizam a moderna plataforma modular CMP, que foi projetada modelos térmicos e eletrificados.

Por aqui, há um monte de carros que são 
montados sobre essa base, como os Citroën C3, C3 Aircross e Basalt, além dos franco-argentinos Peugeot 208 e 2008. Para a Stellantis, unificar a plataforma é fundamental para obter mais rentabilidade, uma vez que os italianos e franceses já compartilham os motores Firefly e T200.

E a solução virá da Itália, claro. Por aqui a Fiat produz o novo Grande Panda. Trata-se de um hatch de 3,99 m de comprimento, bem elevado, com jeitinho aventureiro. 

O modelo resgata a proposta da primeira geração do Panda, que foi vendida de 1980 a 2003 e que está no apagar de sua terceira geração. Vale lembrar que o Panda foi a base para as duas gerações do nosso Uno e agora será o ponto de partida para o novo compacto feito em Betim.

Fomos até o Campo de Provas de Balocco, um dos mais extensos e completos centros de validação do mundo, localizado entre Turim e Milão. O laboratório inaugurado em 1962 pela Alfa Romeo hoje é responsável pelo desenvolvimento de modelos de inúmeras marcas como Alfa Romeo, Fiat, Maserati, Jeep, Peugeot, Citroën, Abarth, Lancia, Opel e até mesmo o “gás nobre” da Ferrari, que é pertence à família Agnelli, dona do grupo, mas que foi separada. É Ferrari, né?

O Grande Panda vendido no Velho Mundo é oferecido com versão híbrida ou elétrica. Rodamos nas duas derivações. A versão híbrida leve combina motor 1.2 turbo com um módulo 48V que entrega 110 cv e coisa de 22 kgfm de torque. 

Já o elétrico oferece 113 cv e é alimentado por baterias de 44 kWh que permitem rodar até 320 km com uma única carga. O Grande Panda elétrico ainda oferece cabo retrátil para carregar em fontes de corrente alternada de até 7 kW. 

Rodamos em uma das inúmeras pistas de Balocco, que simula uma estrada convencional, curvas fechadas, abertas, aclives e declives. A versão elétrica chama atenção pela entrega imediata de torque, mas a opção híbrida não faz feio e também se mostrou bastante esperta.

Mas pouco nos importa, pois para o Brasil, o Panda de Betim será equipado com os motores FireFly 1.0 de 77 cv e T200 1.0 turbo de 130 cv e 20,4 kgfm de torque, que são produzidos na unidade de motores do complexo industrial da Grande BH. 

Mas podemos pontuar que o carro oferece ótimo espaço interno, um porta-malas de 412 litros, assim como excelente visibilidade. É um carro que veste bem o motorista e tem espaço satisfatório para quatro ocupantes. 

O visual é inspirado no Panda original, mas com uma pegada futurista cubista. A grade é uma referência à fachada da antiga fábrica de Lingotto. Por dentro, o suporte do quadro de instrumentos digital e multimídia em formato oval é uma homenagem à pista que ficava no topo da fábrica. E tem até mesmo uma espécie de broche do Panda pioneiro “rodando” na pista.

Na Europa, o Grande Panda oferece também carregamento por indução, transmissão automática por acionamento eletrônico, freio de estacionamento eletrônico, assistentes de condução e climatização digital de duas zonas. Um pacote farto para um carro que tem preço inicial abaixo dos 25 mil euros.

Por aqui, muita coisa pode mudar (ou não). Vai depender de como a Fiat pretende posicionar o carro no mercado e também quais são os insumos que ela tem em sua prateleira. Afinal de contas, o Panda tupiniquim precisará de volume para repetir o sucesso de seus antecessores como Argo, Palio e Uno.

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