SUPERCARRO

Fomos até o interior de São Paulo para acelerar o Porsche 718 Cayman GT4 RS

Marcelo Jabulas
@mjabulas
Publicado em 08/10/2022 às 15:23.
 (Porsche/Divulgação)

(Porsche/Divulgação)

MOGI GUAÇU (SP) - Marcas generalistas sempre buscam produtos de grande volume. Já as marcas premium perseguem o máximo de luxo e inovação. Mas fabricantes que vivem das pistas, perseguem a perfeição. E foi o que fez a Porsche, com o 718 Cayman GT4 RS, que acaba de chegar ao Brasil por R$ 1.157.000.

Esse carro é uma máquina de corridas homologada para uso urbano. Mas seu habitat é a pista. O proprietário pode até conduzi-lo em vias públicas, mas será uma tortura para quem estiver no volante e também para o automóvel.

O GT4 RS é a evolução máxima do Cayman, que vai além do que o "modesto" GT4 já entregava. Esse carro recebeu o mesmo motor boxer seis cilindros 4.0, de aspiração natural, do poderoso 911 GT3. A diferença é que ele entrega 500 cv, contra 510 cv do Nine Eleven.

Segundo a marca, a perda de potência se dá pelo maior comprimento da tubulação de escape. Isso porque no Cayman, o motor é montado em posição central, literalmente nas costas do motorista. Já no 911, ele vai pendurado depois do eixo traseiro.

No entanto, os engenheiros garantem que essa diferença de cavalaria é imperceptível, uma vez que o Cayman é mais leve. Além disso, a posição central dá ao GT4 RS um comportamento mais equilibrado que no "Nove Onze", em que o peso motor funciona como um pêndulo provocando a saída de traseira.

Por ser aspirado, o pico de potência do RS aparece a absurdos 9.000 rpm. E seu torque máximo é de 45 kgfm. O bloco é conectado a uma caixa automatizada de sete marchas PDK. É a mesma transmissão utilizada no 991/2 GT3. O resultado é uma aceleração de 0 a 100 km/h em 3,4 segundos e máxima de 315 km/h.

Conteúdos

O 718 Cayman GT4 RS não é daqueles carros que você pode equipar com couro, áudio premium e outras firulas. Os opcionais desse carro são freios de cerâmica, peças em fibra de carbono, santo-antônio de titânio, cintos de seis pontos, assim como rodas de magnézio, que reduzem o peso final e deixam ele ainda mais bravo.

Ele até oferece ar-condicionado e multimídia. No entanto, não há maçaneta interna. Como um bom RS há a tradicional fita para abrir as portas. 

Ao volante

Guiar um Cayman é sempre uma experiência excitante. Esse mini 911, é um esportivo extremamente preciso e que pode ser conduzido numa passeio preguiçoso ou com uma tocada vibrante. Mas no caso do GT4 RS, ele te obriga a andar forte.

Ele sussurra de verdade no seu ouvido esquerdo, ordenando que você pise forte. Isso porque os coletores de ar no lugar foram instalados no lugar das janelas espias. Quanto mais pé você dá, mais a sucção de ar é amplificada. Tudo isso sem falar no ronco do motor, que está ali no lugar que ficaria a cadeirinha do seu filho.

O boxer grita e torna impossível ouvir qualquer outra coisa que não sejam os pneus riscando o asfalto quando se entra mais forte nas curvas. E não se preocupe em entrar com muita força numa tangente. Esse carro corrige suas imprudências. 

Ele tem muito chão, graças ao acerto de suspensão de competição e os apêndices aerodinâmicos, que tem como grande protagonista a asa traseira do tipo goose neck. Ela exerce uma pressão absurda sobre o carro grudado na traseira no chão. E claro, para os não iniciados, convém deixar a eletrônica ajudar, principalmente depois das primeiras voltas, quando todo aspirante a piloto já se considera um veterano.

Esse carro é visceral.

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